terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cineclube AZouganda Contra a Criminalização do Povo Xukuru

Nesta terça-feira (29), o Cineclube AZouganda participará ativamente da luta Contra a Criminalização do Povo Xukuru realizando a exibição do vídeo-documentário Xicão Xukuru, que conta a história de vida, lutas e morte do Cacique Xicão, líder da nação Xukuru, assassinado em 1998 num conflito com fazendeiros. Durante a exibição do curta-metragem recolheremos assinaturas que serão anexadas ao abaixo-assinado direcionado às autoridades que decretaram a prisão dos índios.

Os 31 Xukurus condenados à prisão, incluindo o cacique Marcos Luidson (filho de Xicão), são acusados de incitar a violência durante conflitos em Pesqueira, Agreste de Pernambuco, no dia 7 de fevereiro de 2003, como também pelo porte ilegal de armas e por incendiar casas e carros. O conflito, segundo os índios, foi uma resposta à tentativa de assassinato sofrida pelo cacique Marcos, naquela manhã de fevereiro, por dissidentes da etnia xukuru, supostamente a mando de fazendeiros de Pesqueira. A disputa entre indígenas e latifundiários da região havia começado em 2001, quando os xukurus reconquistaram 95% de seu território. A terra demarcada tem 27.555 hectares, onde estão assentadas 24 aldeias e quase dez mil pessoas.

Esta exibição extra acontecerá no Espaço Paulo Freire da FFPNM, a partir das 19h30.


Clique aqui para assinar a petição online: http://www.petitiononline.com/xukuru/petition.html

Viva a Nação Xukuru!


Cineclube AZouganda

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Próxima Exibição: Pink Floyd / The Wall



30 de setembro, quarta-feira
Quadra da FFPNM-UPE, às 19h30
ENTRADA GRATUITA




O Cineclube AZouganda orgulhosamente apresenta:



Pink Floyd - The Wall


The Wall trata da história de uma rapaz, Pink, astro de rock que vive em um quarto de hotel e aos poucos enlouquece com suas próprias lembranças. O filme tem uma característica depressiva e sombria e do início ao fim mostra o sofrimento causado pela 2ª Guerra Mundial na formação de uma criança. A história do THE WALL é contada com simplicidade pela música do grupo Pink Floyd, através de imagens e efeitos naturais.


Gênero: Musical
Duração: 92 min
Origem/Ano: Inglaterra / 1982
Direção: Alan Parker


Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=djTU80l0ZE4



Contatos - Cineclube AZouganda


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FFPNM - UPE

Rua Professor Américo Brandão, nº 43 - Centro
Nazaré da Mata - Pernambuco



*
Este cineclube é filiado à Federação Pernambucana de Cineclubes - FEPEC e ao Conselho Nacional de Cineclubes - CNC.
Tem o apoio da Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata - FFPNM, Universidade de Pernambuco - UPE, Diretório Acadêmico Gregório Bezerra - DAGB/FFPNM, Centro Acadêmico de História - CAHis/FFPNM e do Diretório Central dos Estudantes - DCE/UPE.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

INSCRIÇÕES PRORROGADAS para o I Festival de Curtas-Metragens da UPE


As inscrições poderão ser feitas até o dia 25 de setembro


Por Amanda Ramos


Devido a greve deflagrada pelos funcionários dos Correios nos últimos dias, a Comissão de Organização e Seleção do I Festival de Curtas-Metragens da UPE resolveu prorrogar a data de envio de material para a sede do Diretório Central dos Estudantes. O período para entrega dos vídeos segue até o dia 25 de setembro.

O regulamento e a ficha de inscrição do I Festival de Curtas-Metragens da UPE continua disponível para download na internet através do blog do Cineclube AZouganda e do site do DCE-UPE. O evento será realizado no dia 11 de Outubro de 2009, no XI Congresso dos Estudantes da UPE, na cidade de Recife. Os vencedores das mostras competitivas serão premiados com uma câmera Mini DV.

Para participar da mostra competitiva, os proponentes deverão enviar trabalhos nas categorias Temática Livre (tema livre e foco na pluralidade da produção cinematográfica) e Temática Específica (tema POR OUTRA SOCIEDADE).

Os vídeos, de ficção ou documentário, poderão ter sido finalizados em qualquer período e realizados em qualquer formato desde que possuam cópia de exibição em DVD.

Os curtas serão julgados pelo público presente através de uma urna de votação que será disponibilizada logo após a exibição de todos os vídeos selecionados.

O I Festival de Curtas-Metragens da UPE é realizado pelo Diretório Central dos Estudantes – DCE em parceria com o Cineclube AZouganda, de Nazaré da Mata.


INSCRIÇÃO

O material necessário para a inscrição são três cópias do filme em DVD, uma cópia da ficha de inscrição impressa e um CD contendo três fotos de divulgação do filme, sinopse, filmografia do realizador e do diretor e premiações já recebidas caso tenha.

A proposta deverá ser entregue ao Diretório Central dos Estudantes / Universidade de Pernambuco - DCE/UPE em envelope lacrado e com a indicação ‘I Festival de Curtas-Metragens da UPE. A entrega pode ser feita por correio (com data de postagem até o último dia de inscrição) ou diretamente na sede (veja o endereço abaixo).

A lista dos filmes selecionados para as mostras competitivas será divulgada no dia 30 de setembro.


SERVIÇO:

Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Pernambuco
Endereço: Rua Arnóbio Marques , nº 310 – Santo Amaro – Recife – PE / CEP: 50100 - 130


Calendário - I Festival de Curtas-Metragens da UPE

- 02 a 25 de setembro: Inscrição dos filmes
- 30 de setembro: Divulgação dos filmes selecionados para participar das mostras competitivas
- 11 de outubro: Realização do I Festival de Curtas-Metragens da UPE (exibição dos filmes selecionados + premiação)


Maiores informações:

Amanda Ramos - amandaramosss@
hotmail.com - (81) 9950-0166
Marília Meireles - lilla_xatapak@hotmail.com - (81) 8720-6340
Tiago Paraíba - tiagoparaiba_@hotmail.com - (81) 8875-7583

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cineclube AZouganda participa do I CULTURART


Por Amanda Ramos


Na próxima quinta-feira (24), o Cineclube AZouganda irá participar do I CULTURART da FFPNM. O evento, organizado pelo Diretório Acadêmico Gregório Bezerra - DAGB -, acontecerá de 21 a 25 de setembro e surge fazendo um apelo pelo resgate da cultura da cidade de Nazaré da Mata como forma de emancipar e de criar uma alternativa econômica do povo que ainda em pleno século XXI continua sendo escravo do cultivo da cana de açúcar e vivendo em condições miseráveis.

Durante a tarde do dia 24, o Cineclube AZouganda irá exibir curtas-metragens que retratam a história do Cinema Pernambucano e outras produções. À noite a participação é na mesa sobre a "História e Difusão do Cinema Pernambucano" com os debatedores Alberon Lemos (professor de História da FFPNM), Amanda Ramos (Cineclube AZouganda) e Paulo Caldas (Cineasta). Além das exibições de filmes e debates, serão realizadas exposições, oficinas, apresentações culturais e recitais de poesia.

As inscrições estão sendo realizadas na sede do DAGB de 14 a 18 de setembro e são feitas mediante a entrega de 1kg de alimento. Participe!


Confira a programação:


21/09/09

Tarde: Recital e leitura de manifesto do evento.
Noite: Entrada de maracatu rural e leitura de manifesto do evento.


23/09/09

Tarde: Oficinas: teatro, fotografia e circo.
Noite: Mesa redonda: A influência da cultura popular da zona da mata norte nos movimentos musicais surgidos nos anos 1970 a 2000.
Debatedores: Silvério Pessoa, Helder Aragão (DJ dolores), Fred 04 e Sérgio Cassiano.


24/09/09

Tarde: Exibição do Cineclube AZouganda.
Noite: Mesa redonda: História e Difusão do Cinema Pernambucano. Debatedores: Alberon Lemos, Amanda Ramos, Paulo Caldas


25/09/09

Tarde e noite: Show com bandas dos estudantes da FFPNM e apresentação de teatro.


Assista o vídeo de divulgação do evento: http://www.youtube.
com/watch?v=RLr-8vtYjX4



Cineclube AZouganda: http://www.cineclubeazouganda.blogspot.com

Maria Cheia de Graça

Por Cesar Dutra Inácio


Sem reduzir-se a falsos moralismos ou dispendiosos melodramas, Maria Cheia de Graça (Maria Full of Grace, Joshua Marston, Colômbia / EUA, 2004) aborda a questão do tráfico internacional de drogas ilícitas através da história de vida de María Álvarez (Catalina Sandino Moreno), jovem de 17 anos, residente de um pequeno povoado rural da Colômbia, em uma viagem rumo à New York transportando entorpecentes ilegais em cápsulas dentro de seu estômago, servindo como “mula” de narcóticos. (MARSTON, 2004)

María mora junto com três gerações de sua família (no caso sua avó, sua mãe e irmã que tem um filho pequeno) em uma pequena cidade localizada no interior da Colômbia. Ela era até certo ponto da película, cortadora de rosas. Apesar de haver pequenos estabelecimentos comerciais, tais como, farmácias, bares, entre outros, as atividades atreladas ao plantio de flores são a principal base de sustentação econômica da população local. Em uma sociedade mecânica, utilizamos aqui o conceito durkheimiano (DURKHEIM, 1999) para designar as sociedades com baixa divisão do trabalho social, poucas perspectivas de mudanças são previstas para gerações criadas nesse ambiente, ou seja, o modo de viver de uma geração para outra pouco será alterada ao longo dos anos. No que concerne ao lazer, a festa na pracinha do bairro representada no filme parece ser a única ou ainda uma das poucas possibilidades de lazer nessa localidade.

Entretanto, um dia ela se cansa da vida simples que levava: M. Álvarez já não tinha mais seu emprego de cortadora, totalmente sem perspectivas, grávida de um namorado que pouco ou nada a amava. A personagem principal do filme, após ser apresentada a um narcotraficante chamado Javier (Jaime Osorio Gomez) por Franklin (Jhon Alex Toro) tomou uma medida radical: passou a trabalhar como “mula” de drogas ilegais.

Em um bar de Bogotá, ponto de encontro com a protagonista da película, Javier utiliza o termo “rolo de filme” para se referir aos entorpecentes que María irá transportar. O preço parece tentador à jovem que depois de pensar um pouco, vê na atividade ilícita uma alternativa para obter os recursos financeiros para ajudar a sua família. Seu próximo destino era os Estados Unidos. (MARSTON, 2004)

A película mostra a dura realidade da juventude que busca no transporte de drogas, o sonho da “terra prometida”, mesmo que por meios ilícitos, servindo como uma válvula de escape devido à falta de recursos, por sua vez, resultado da precariedade social encontrada em seu país. O serviço de “mula” encarado por María não é exclusividade da Colômbia, mas reflete os problemas sociais encontrados nos demais países pertencentes à América do Sul e, de forma mais ampla, à América Latina, na qual a questão dos entorpecentes ilegais não está ligada somente a dimensão do consumo, mas também incide sobre o aumento da criminalidade e de outras formas de violência.
Somente para ilustrar de forma sucinta o cenário atual das drogas na Colômbia e no mundo, faremos menção ao Relatório Mundial sobre Drogas 2008 (2008 World Drug Report) lançado pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (United Nations Office on Drugs and Crime) em 26 de Junho de 2008. No que se refere às plantações ilegais de coca, em 2007, ocorreu uma elevação súbita na Colômbia.

Conforme o relatório sobre narcóticos das Nações Unidas, apesar de os índices de produção de coca estarem hodiernamente cerca de 40% menores em relação a 2000, ano recorde desse tipo de plantio na Colômbia, as plantações no país sul-americano foram elevadas 27% de 2006 para 2007 (chegando a 99.000 hectares). As regiões conhecidas como Central, Meta-Guaviare, Pacífica e Putumayo-Caquetá são responsáveis por 89% do total da coca plantada. Embora a última região citada, Putumayo-Caquetá tenha diminuído a área de cultivos ilegais de coca entre 2000 e 2004, o cultivo no total sofreu uma elevação gradual até que em 2007 os índices retornaram a níveis similares ao ano de 2002, cerca de 100.000 hectares. (UNODC, 2008)
Somadas as áreas de cultivo de coca no Peru, na Bolívia e na Colômbia houve um aumento de 16% (chegando a 181.600 hectares). A Colômbia permanece como o maior produtor de coca no mundo com 55% da produção total mundial. Cerca de 600 toneladas da referida droga que circulam no mundo, em 2007, são oriundas desse país. A ONU no anteriormente citado documento acusou que as regiões de maior cultivo de coca no país estariam sob o poder de grupos insurgentes colombianos. (UNODC, 2008)


Image
María Álvarez e seu martírio contemporâneo


Voltando ao filme, mais especialmente, no que compete ao elenco, Catalina Sandino Moreno, sem sombra de dúvidas pode ser considerada o maior destaque do filme. Ela foi a primeira atriz de nacionalidade colombiana a ser indicada ao Oscar na categoria Melhor Atriz. Apesar de ser considerada uma das maiores revelações do cinema colombiano contemporâneo, ela já havia realizado outros trabalhos em teatro como Laughing Wild de Christopher Durang, The Dark Room de Tennesse Williams e Acuerdo para cambiar de casa de Griselda Gambaro, enquanto estudava por quatro anos na Academía de Teatro Rubem Di Pietro, localizada em sua cidade natal, Bogotá. (FOLHA ONLINE, 25.01.2005; MARIA FULL OF GRACE MOVIE)

O escritor e diretor do filme, o estadunidense Joshua Marston, assim como, Catalina Sandino, também marca sua estréia com sucesso. Entre as premiações que o filme recebeu estão: Melhor Filme Estrangeiro (Seattle Film Critics Awards, San Francisco Film Critics Circle e Washington Film Critics Association) e Melhor Primeiro Filme (New York Film Critics Circle e 2004 Berlin Film Festival - Alfred Bauer Prize). Catalina também recebeu prêmios na categoria Melhor Atriz, entre eles: 2004 Berlin Film Festival - The Silver Bear, 2004 Seattle Film Festival e 2004 Cartagena International Film Festival. Entre as premiações que o diretor foi agraciado estão: Melhor Diretor Iniciante (New York Film Critics Circle e New York Critics Online). Além de várias nomeações em outros festivais de cinema dentro e fora da Colômbia. (MARIA FULL OF GRACE MOVIE)

Em suma, a indústria cinematográfica se depara então com uma Maria contemporânea não glamourizada, vítima da degradação social e reflexo da atual conjuntura do tráfico internacional de narcóticos. As nações em desenvolvimento são afetadas com a produção e tráfico das drogas e, mais atualmente também com o consumo, repercutindo nos níveis de criminalidade e demais formas de violência intrinsecamente relacionadas a eles. Os países centrais adotam medidas de repressão e vigilância contra a entrada de entorpecentes ilegais em suas fronteiras e atuam, por vezes, mediante ações militarizadas em países periféricos, como ocorrem nos casos do Plano Colômbia e da Iniciativa Regional Andina, sem contribuírem significativamente para a eliminação dos problemas sociais prementes, as mais prováveis causas da questão, tais como a necessidade de melhoria na distribuição de renda, o combate à pobreza e a promoção da reforma agrária.


Cesar Dutra Inácio é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e discente do Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC / UFRJ). O autor também atua como pesquisador do Laboratório de Estudos do Tempo Presente (TEMPO).

Fonte: http://www.tempopresente.org



Saiba mais:

Relatório Mundial Sobre Drogas / 2009:
http://www.unodc.org/pdf/brazil/WDR2009/WDR_2009_Sumario_Executivo_em_portugues.pdf

Cuadernos de Cine Colombiano:
http://www.cinematecadistrital.gov.co/investigacion_publicaciones.htm


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Exibição do filme "Maria Cheia de Graça" adiada para hoje

Devido a problemas técnicos com a cópia em DVD, a exibição do filme Maria Cheia de Graça será realizada hoje (quarta-feira), às 19h30, no Espaço Paulo Freire / FFPNM.

Desculpem o transtorno.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Próxima Exibição: Maria Cheia de Graça

15 de setembro, terça-feira
Quadra da FFPNM-UPE, às 19h30
ENTRADA GRATUITA



O Cineclube AZouganda orgulhosamente apresenta:


Maria Cheia de Graça - Maria, Lhena Eres de Gracia / Maria Full of Grace

Aos 17 anos, Maria vive numa pequena localidade ao norte de Bogotá, na Colômbia. Ela e sua amiga Blanca trabalham em uma grande plantação de rosas, retirando espinhos e amarrando as flores, tarefa entediante que obedece a regras rígidas. As únicas diversões de Maria são o namoro com Juan e as festas na praça do lugarejo. Certo dia, pouco depois de descobrir que está grávida, ela se envolve numa discussão e é demitida. Decidida a melhorar de vida e tentar a sorte na cidade grande, a jovem aceita a oferta de um conhecido: transportar heroína para Nova York em seu próprio estômago.

Maria Cheia de Graça
mostra com uma honestidade desconcertante “o outro lado da moeda do sonho americano” e o que pessoas como a protagonista fazem para tentar resgatar sua dignidade e conquistar seus sonhos.



Gênero:
Drama
Duração: 101 min.
Direção: Joshua Marston
Origem/Ano: Colômbia-EUA / 2004

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=AeoAZ1Ro2xg



Contatos - Cineclube AZouganda

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FFPNM - UPE

Rua Professor Américo Brandão, nº 43 - Centro
Nazaré da Mata - Pernambuco



*
Este cineclube é filiado à Federação Pernambucana de Cineclubes - FEPEC e ao Conselho Nacional de Cineclubes - CNC.
Tem o apoio da Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata - FFPNM, Universidade de Pernambuco - UPE, Diretório Acadêmico Gregório Bezerra - DAGB/FFPNM, Centro Acadêmico de História - CAHis/FFPNM e do Diretório Central dos Estudantes - DCE/UPE.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A CHINESA

Por Thiago Santana


O cinema de Godard sempre foi político. Os seus primeiro filmes apresentam o seu expediente, quase dialético, de fragmentação e continuidade, referências e críticas. A partir desse olhar nada
inocente sobre o mundo e a arte, concentro-me no momento que me apetece: A Chinesa, “um filme em processo de feitura”. Esse subtítulo, exibido logo no íncio do filme, não refere-se apenas à forma improvisada e esquemática do filme, mas expõe a instabilidade de toda tentativa de um cinema genuinamente político.

O ínicio da revolução cultural chinesa e o abrandamento do comunismo europeu são o tema, o cenário e até mesmo a trilha sonora do filme. Nesse sentido, A Chinesa tem o privilégio do momento, explorando a tensão social que acabará resultando nas revoltas de Maio de 68. Cinco jovens passam o verão num apartamento, uma espécie de colônia de férias comunista, aplicando as idéias de Mao Tse-Tung e criticando o “aburguesamento” da União Soviética e do Partido Comunista Francês, até que os donos da casa voltem de viagem. Os cinco representam de alguma forma determinados sujeitos sociais: a estudante de filosofia, invocando ações imediatas; o ator em busca de um teatro realmente socialista; o rapaz pesquisador, teórico, lógico; o pintor introspectivo e sensível; a empregada ingênua, de origem rural. Suas atividades vão evoluindo de estudos, aulas dadas por eles e para eles, para a ação terrorista que supostamente irá desencadear a revolução.

As relações desses personagens não limitam-se ao que está dentro da casa, dentro do filme. Numa das paredes da casa lê-se “é preciso confrontar idéias vagas com imagens claras”. Godard quer levar a discussão para o espectador, instigá-lo com suas imagens exatas, de cores bem definidas. O método é moderno: usar meios documentais para construir uma ficção, não almejar fantasia ou realidade, mas insinuar questões acerca de um momento, de uma situação. Godard entrevista (offscreen e ináudivel) o seus atores individualmente, que, olhando para a câmera, respondem como seus personagens, mesclam discurso e improvisação. Dessa amálgama vislumbra-se a posição do diretor como frente a arte e a política. Os trabalhos posteriores de Godard irão evidenciar melhor a sua vontade política, unindo-se à Jean-Pierre Gorin e ao Grupo Dziga Vertov para fazer filmes mais radicais, polêmicos, de caráter claramente esquerdista. Mas não irei tão longe.

Ainda em A Chinesa, aponto uma tentativa de alcançar uma representação política justa, claremente posicionada, mas que não teme o questionamento. Vemos, pouco antes de praticar um atentado, Véronique entrevistar num vagão de trem Francis Jeanson, professor e ex-resistente da Argélia. Os idéias utópicas de Veronique, precipitada frente a questão social francesa e a postura mais conservadora de Jeanson confrontam-se apenas para gerar mais ambigüidade, revelar a fragilidade das idéias. O próprio apartamento é construido como um microcosmo, um pequeno mundo fechado em si mesmo, com slogans e imagens nas paredes, pintadas com as cores da França. Essa abstração do cenário é reflexo do próprio filme, como nas paredes, a tela é invadida por frases e imagens de revoltas, Shakespeare, quadrinhos, a claquete e a câmera, num discurso por vezes direto, mas também confuso.

Ao incluir referências documentais e aspectos anti-ilusionistas, Godard apropria-se de uma câmera cínica, resguardada na distância e na desdramatização do discurso falso e da entrevista irreal. Como Guillaume, o personagem ator, busca uma forma artística genuinamente política. Tal é a identificação de Godard com Guillaume, que, ao apagar num quadro o nome de vários escritores, deixa apenas o de Brecht. O dramaturgo socialista é presença constante na filmografia godardiana e nessa vaga relação de idéias, está demonstrada a vontade por trás do filme. A tentativa de fusão entre a arte de vanguarda e a arte didática, que irá guiar Guillaume ao teatro de porta em porta, de rua, radical em sua proposta política, é a mesma que guiará os filmes de Godard.


Endereço deste artigo: http://www.cineclube.ufsc.br/index.php?texto=40


Godard, contestador: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT896426-1655-1,00.html

Maoísmo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maoísmo