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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Bem-vindo a Nollywood

Como a Nigéria criou a maior indústria de cinema do mundo em produção de filmes para retratar a vida na África

Por Marcos Todeschini

Ludovic Careme
CELEBRIDADE_A atriz nigeriana Genevieve Nnaji já fez mais de 100 filmes e é o sucesso do momento no país

É provável que você nunca tenha ouvido falar na atriz que ilustra esta página. Mas ela é uma estrela, acredite. Com mais de 100 filmes no currículo, Genevieve Nnaji, 30 anos, faz parte do grupo das atrizes mais aclamadas de Nollywood, a indústria de filmes da Nigéria. De seus estúdios saem 45 filmes por semana – três vezes a produção de Hollywood, a indústria de cinema americana que originou o trocadilho do nome. Isso faz da Nigéria a maior produtora de filmes do mundo, à frente também de Bollywood, a indústria indiana.

>>> Veja a lista dos trailers dos filmes mais vistos em Nollywood

O sucesso de Nollywood chama a atenção antes de tudo pelo contraste. A região africana é cenário de pobreza extrema. Uma criança nigeriana nasce com poucas chances de viver além dos 46 anos, e metade da população ganha menos de US$ 1 por dia. Mesmo assim, cerca de 90% das pessoas dizem assistir a pelo menos um filme por semana. Isso é possível por causa do formato peculiar com que as obras são distribuídas. Esqueça poltronas e ar-condicionado. As salas de cinema na Nigéria são um espaço com 20 cadeiras, um grande aparelho de TV e um DVD. Os filmes são exibidos em troca de alguns centavos ou vendidos em camelôs. Resultado: um negócio de US$ 540 milhões. Na Nigéria existe uma sala simples de cinema para cada grupo de 750 habitantes. No Brasil, há uma para cada 90 mil habitantes.

>>> Leia Também: As atrizes de Hollywood que garantem o melhor retorno de bilheteria

Além da distribuição, há diferenças também na produção dos filmes. Eles costumam ser feitos com orçamento que não ultrapassa os U$ 40 mil, e a toque de caixa. Com dinheiro contado, é preciso usar pelo menor tempo possível equipamentos alugados e locações. Os roteiros são filmados com câmeras digitais e as histórias invariavelmente retratam tradições, feitiçaria e corrupção. “Eles fazem sucesso porque tratam de temas que têm a ver com a realidade da população”, disse a Época NEGÓCIOS o italiano Franco Sacchi, diretor de um documentário sobre a indústria cinematográfica nigeriana. O resultado não é uma obra-prima da sétima arte. Mas o suficiente para alçar Genevieve e outras atrizes à categoria de superstars – e Angelina Jolie, à de solene desconhecida.

 Reprodução

Veja o trailer de Bleending Love, um dos filmes mais vistos de Nollywood:




Fonte: http://epocanegocios.globo.com

domingo, 11 de outubro de 2009

Quando o cinema vai à guerra

Por Lilia Diniz em 7/10/2009


Ditadores e democratas exploraram o potencial mobilizador das telas de cinema desde o seu surgimento, mas durante a Segunda Guerra Mundial, a sétima arte uniu-se aos aparelhos de Estado e foi à luta. O Observatório da Imprensa veiculado terça-feira (06/10) pela TV Brasil exibiu o segundo episódio da série de quatro programas especiais sobre os 70 anos do início do conflito, intitulado "Hollywood de Uniforme".

Desde a ascensão dos regimes fascistas ao poder até o último disparo, centenas de filmes foram produzidos tanto pelos países Aliados, quanto pelas potências do Eixo. De todos os centros de produção cinematográfica, Hollywood foi o mais emblemático. Abrigou imigrantes e refugiados e foi o responsável clássicos, como "Casablanca". E mesmo após os tratados de paz, a guerra continuou presente e foi tema de filmes inesquecíveis, como "A lista de Schindler".

No editorial que abriu o programa, Alberto Dines explicou que o cinema de Hollywood enfrentou o nazismo antes mesmo do início da guerra. Desde a chegada de Hitler ao poder, em 1933, artistas e intelectuais deixaram em massa a Alemanha e se refugiaram em diversos países. "A Alemanha enxotou os seus escritores e artistas. Hollywood, a capital da fantasia, a fábrica do sonho americano, os acolheu de braços abertos e com eles construiu um formidável auditório mundial", disse.

Dines explicou que este centro de produção cinematográfica foi construído por imigrantes que logo perceberam o perigo do nazismo. "A 2ª guerra mundial foi uma guerra total e graças ao cinema, principalmente graças a Hollywood, a retaguarda não ficou distante das frentes de combate. Todos eram soldados", avaliou.


O fascínio das massas


O cinema foi intensamente usado como arma de propaganda política pelo regime nazista. Na década de 1930, Leni Riefenstahl foi escolhida para realizar uma série de filmes para exaltar a superioridade ariana. As imponentes cenas dos documentários "Triunfo da Vontade" e "Olympia", que retratam uma Alemanha organizada e próspera dos anos antes da guerra, foram exibidas repetidamente pelo regime totalitário. "Ela queria ser atriz em Hollywood. Não conseguiu, mas tornou-se a cineasta de Hitler, subordinada diretamente ao Führer", explicou. Leni Riefenstahl não era nazista, mas era "fascinada pela estética das massas". Neste mesmo período, o Reich produziu alguns filmes antisemitas como "Judeu Süss" e "O Judeu Errante".

Mesmo antes do início oficial da guerra, com a invasão da Polônia pela Alemanha em setembro de 1939, Hollywood já voltava-se contra o nazismo. Desde 1937, a Warner Bros. produzia filmes abertamente anti-hitleristas. Luiz Carlos Merten destacou que por força da depressão, outros estúdios preferiam fazer comédias escapistas e musicais, mas a Warner sempre teve uma acentuada preocupação social. "Eles produziam filmes de gângster, eles produziam um ciclo de prisões, um ciclo de filmes sociais, de diretores como Marvin Leroy, Michael Curtiz. E foi a Warner o estúdio que primeiro começou a se preocupar com essa coisa". Outro centro de produção que desde cedo alertou o mundo para o perigo do nazismo foi a United Artists, um estúdio de artistas do qual Charles Cha plin era um dos fundadores.


Alerta ainda antes da guerra


Uma produção deste período deixou o Fürer especialmente furioso: "Confissões de um Espião Nazista". Dines destacou que mesmo com os protestos de Hitler, o filme foi exibido porque "nos Estados Unidos o cinema não era censurado pelo governo". Houve grande polêmica durante o processo de aprovação do roteiro. O crítico de cinema Ely Azeredo explicou que o sistema de censura interna dos estúdios de Hollywood dificultou a exibição dão filme.

"Joseph Brin que era o manda-chuva desse código de produção, procurou aconselhar a Warner de que eles poderiam perder o mercado na Europa com um filme dessa natureza e ponderava que Hitler criou um bem estar para o povo alemão. Enfim, colocando a Alemanha a ombrear com outras nações industriais. E que seria um erro comercial para a própria Warner. Ele falou, falou, mas os irmãos Warner bateram na mesa e disseram: ‘o filme vai’". Já em 1939, a Warner produziu "Sargento York", ambientado na Primeira Guerra Mundial. O personagem principal, interpretado por Garry Cooper, era um pacifista. "Ele tinha aquela decisão de não usar armas, de não combater. Sendo pacifista, ele acaba durante a guerra usando a arma, matando alguns semelhantes, e se convencendo de que em certas ocasiões, para salvar, outras vidas, é preciso matar", disse Ely Azeredo.

Na linha de frente da guerra aberta de Hollywood contra a suástica, estavam refugiados alemães e austríacos, como Fritz Lang, Otto Preminger, Robert Siodmak, Douglas Sirk, Michael Curtiz e Fred Zinneman. "Outro grande nome deste período é Billy Wilder", disse Dines. Seu filme "Cinco Covas para o Egito" tinha como tema a guerra no deserto. "Os aliados acabavam de desembarcar no norte da África. Era preciso comemorar as primeiras vitórias contra os nazistas desde a queda da França. O marechal Rommel havia sido abatido pelos ingleses e Billy Wilder escolhe para personificá-lo um dos maiores cineastas alemães, Erich von Stroheim",explicou Dines. De tanto interpretar nazistas, o ator acabou se transformando em um protótipo do militar alemão.


A contribuição dos refugiados


"Houve um momento em que toda aquela gente, todos aqueles refugiados, que tinham ido da Alemanha, da França todos aqueles diretores, roteiristas, fotógrafos etc, todos em Holywood começaram um trabalho de conscientização, que estava ocorrendo realmente, uma coisa incrível, horrível na Europa. E essa consciência foi se acentuando. O papel desses imigrantes europeus, foi determinante, foi muito forte", explicou Luiz Carlos Merten. Grandes diretores de Holywood fizeram documentários sobre o conflito, John Ford, por exemplo, que fez um filme registrando a batalha de Midlleway.

E entre os refugiados franceses, o preferido de Ely Azeredo é Jean Renoir, que fez um filme sobre a resistência da Noruega. "Em relação aos alemães, em filme pequeno de poucas ambições. Mas ele fez nos Estados Unidos em filme maravilhoso chamado ‘Amor à terra’. Um filme passado entre agricultores sobre o sul dos Estados Unidos, extremamente realista", avaliou o crítico de cinema. Para Azeredo, o cinema americano é um cinema de emigração, nunca é um cinema "All American".


O riso contra a barbárie


Impressionado com a Noite dos Cristais, quando em 1938 uma série de ataques destruiu sinagogas e lojas de judeus na Alemanha, Charles Chaplin decidiu produzir um filme ridicularizando Hitler. Em 1940, estreou "O Grande Ditador". O filme foi censurado em diversos países, inclusive no Brasil. Chaplin vive dois personagens no longa-metragem: um barbeiro judeu e o ditador Hynkel. Dines destacou que a semelhanças entre os bigodes de Chaplin e Hitler não foi casual. "No inicio da carreira como agente provocador, Hitler queria no rosto algo que o tornasse imediatamente reconhecido. Escolheu o bigodinho de Charlie Chaplin, o comediante mais famoso no mundo", disse.

O jornalista destacou que Hitler viu o filme duas vezes e ficou furioso, pois os Estados Unidos e a Alemanha ainda mantinham relações diplomáticas. "O ditador considerou o filme como uma agressão, as alusões eram diretas demais: Hitler era Adenoid Hynkel, Göring era Herring, arenque, Goebbels era Garbish (em inglês, lixo). Ao contrário de "Tempos Modernos", Chaplin usou e abusou do som e da palavra falada. Há dois discursos: um deles do ditador Hynkel, uma sátira em alemão caricatural imitando as falas delirantes e histéricas do Führer. O outro (naturalmente em inglês) é pronunciado através do rádio pelo barbeiro judeu, fingindo que é o ditador. Dirigido à sua amada Hannah que, na realidade, era a então mulher de Chaplin, a rebelde Paulette Goddard. Um dos textos mais bonitos do cinema, seis minutos de amor à humanidade, de fé e esperança num mundo sem guerras", avaliou.


You must remember this

Em 1942, estreou aquele que seria considerado como o filme mais emblemático da Segunda Guerra Mundial: "Casablanca". Protagonizado por Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, o clássico da Warner Passado na cidade marroquina em poder dos franceses colaboracionistas mostra o dilema da personagem de Bergman dividida entre duas paixões. "A Suécia era neutra, mas a sueca Ingrid Bergman jamais vacilou em apoiar a causa anti-nazista", disse Dines. A produção do filme foi conturbada.

O roteiro era aprovado apenas na noite anterior às filmagens. "A história é toda implausível, escrita diariamente, a produção do filme inteiramente louca", comentou o crítico de cinema Sérgio Augusto. O final foi decidido pelo diretor Michael Curtiz durante a filmagem da última cena. Inesperadamente, o casal de protagonistas não termina junto. "Só o fato de o casal não ficar unido, haver uma renúncia isso já era uma grande novidade em Hollywood na época", disse Luiz Carlos Merten. O crítico de cinema explicou que o filme é carregado de códigos.

A produção de Hollywood não atingia apenas aos adultos. Ainda crianças no período da guerra, os escritores Luis Fernando Veríssimo e Moacyr Scliar contaram suas impressões para Dines. "Eu fiquei tão entusiasmado com aquilo que, nos meus brinquedos solitários, comecei a matar japoneses e alemães. Tanto, que até chegaram a me levar ao médico porque eu estava excitado demais com a guerra". Um filme que marcou Scliar foi "Passagem para Marselha", protagonizado por Humphrey Bogart, sobre a resistência dos franceses contra o nazismo. "Tem uma cena em que um jovem adolescente atingido por balas alemães morre gritando ‘vive la France e que a gente chorava. Aqueles filmes tinham uma grande capacidade de mobilizar o nosso sentimento, que era um sentimento na cionalista", relembrou.


A mobilização dos artistas

Artistas foram convocados para participar do esforço de guerra. Grandes nomes pegaram em armas e lutaram nos campos de batalha, como Clark Gable. Outro, fizeram parte do esforço de guerra holywoodiano, como Marlene Dietrich e Carmem Miranda. John Wayne, por exemplo, virou herói de guerra na memória dos espectadores, sem ter dado um único disparo durante a guerra, como contou o escritor Ruy Castro. Sérgio Augusto comentou a idéia das Cantinas de Holywood, que uniam oficiais, soldados e artistas em uma cavalariça alugada por Bete Davis. A iniciativa virou um filme: "Um sonho de Holywood". Os atores lavavam pratos e serviam os soldados para transmitir a idéia de união. Em uma cena do filme, ao saber que estava dançando com a atriz Joan Crawford, um soldado desmaia.


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Publicado no Observatório da Imprensa – 8/10/2009

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=558JDB005

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O curta-metragem no século XXI: digital X película

Por Joana Nin*

Há poucos anos atrás seria impensável um diretor de fotografia ganhar um prêmio importante por seu trabalho feito em vídeo concorrendo com outros filmes captados em película. Thaís Bologna, que divide com André Queiroz a direção do curta Ernesto no País do Futebol, fez questão de gritar no microfone “captado em vídeo!”, quando subiu ao palco para receber o Kikito de Melhor Fotografia, destinado ao colega de equipe André Luiz de Luiz. A 37ª edição do Festival de Cinema de Gramado aceitou curtas-metragens finalizados em 35mm ou HD, mas não fez restrição aos formatos de captação.

Ernesto no País do Futebol - Kikito de Melhor Fotografia (curta) no Festival de Gramado 2009

Ernesto no País do Futebol - Kikito de Melhor Fotografia (curta) no Festival de Gramado 2009

Aos poucos os festivais vão se adaptando e recriando suas opções, balizando-se pelo desenvolvimento tecnológico e pela inegável transformação do mercado. Na realidade há muito mais produções em vídeo disponíveis, sobretudo no universo do curta. E hoje em dia não dá mais para afirmar que um vídeo tem menos qualidade por ter sido captado ou finalizado dispensando o suporte mais tradicional do cinema, a película. Mesmo para olhos bem treinados, nem sempre o digital se denuncia numa projeção de boa qualidade. Muitas vezes “engana direitinho”. Faz sentido este debate?

O Festival de Brasília, o mais antigo e mais tradicional do país, acabou de abrir as inscrições para a edição 2009 e divulgou, como uma das principais novidades, a criação da mostra competitiva digital - ainda separada das películas e com exibição prevista para outra sala. São aceitos curtas com até 20 minutos captados em 8mm, 16mm ou vídeo digital e finalizados em Beta SP. A categoria substitui a antiga mostra em 16mm e vai distribuir R$ 65 mil em prêmios. Até o ano passado Brasília exibia os vídeos em mostras paralelas, não competitivas.

A maior parte dos festivais de destaque do país já exibe em pé de igualdade produções digitais e películas, ficando a diferenciação para o momento da seleção. Ainda pode fazer diferença ter o filme finalizado em 35mm porque o número de produções nesta bitola é muito menor do que o de vídeos, lembrando que estamos aqui falando sempre de curtas. Nas listas de selecionados ainda há uma certa predominância dos 35mm, principalmente se considerarmos o percentual de inscritos versus o percentual de selecionados em cada formato. Cabe às comissões de seleção e a coordenação destes eventos nos dizer o porquê.

Entre os maiores, Festival do Rio, Anima Mundi, É Tudo Verdade, Festival de Curtas de São Paulo e Festival de Gramado aceitam digital e película concorrentes entre si. Enquanto que Festival de Brasília, Guarnicê e CINE-PE separam as bitolas em mostras distintas. A Rain, empresa de projeção digital, já está presente em pelo menos nove festivais nacionais, incluindo o É Tudo Verdade e o Festival de Gramado, e cerca de 25 eventos internacionais realizados no Brasil e no exterior - inclusive Anima Mundi, Festival de Curtas de São Paulo e o Festival de Paulínia, entre outros.

A possibilidade de exibir digital com qualidade em tela de 35mm é uma das principais peças deste processo de transformação que estamos atravessando. Com a ampliação do número de salas adaptadas pela Rain - hoje no Brasil são 162 - vai ficar cada vez mais difícil segurar a avalanche tecnológica. Com o tempo, a palavra “cinema” vem ganhando uma conotação cada dia mais próxima do significado atribuído ao termo “audiovisual”, tudo é filme. Como estamos falando de curtas, não podemos esquecer que atualmente a janela mais óbvia é a internet, aonde proliferam canais especializados. Se pensarmos no fato de que são raros os curtas que chegam ao circuito comercial de exibição, ainda faz tanto sentido assim dar tanto valor ao 35mm?

Seria interessante ver o que aconteceria se os festivais parassem de aceitar curtas em 35mm - muito provavelmente a bitola seria extinta para filmes de curta duração. Não há outras salas dispostas a exibir estas películas senão as dos festivais - com exceção para alguns raros programas de difusão nos moldes do “Curta às 6″ - que hoje já poderiam ser pensados em digital também. Me pergunto se o fato de uma produção conseguir imprimir uma película no final do processo e a outra não as torna assim tão diferentes, do ponto de vista da capacidade de realização e qualidade artística. Isso porque a gigantesca maioria dos curtas são captados em formatos digitais, por razões óbvias.

Voltando a comentar Gramado, encontrei Pedro Freire, diretor do curta O Teu Sorriso, finalizado em HD e vencedor dos Kikitos de Melhor Atriz (Juliana Carneiro da Cunha) e Prêmio de Crítica. Ele me contou que acaba de ser selecionado para Veneza e que mandará fazer a adaptação do filme para o formato digital compatível com o sistema predominante na Europa. Até o ano passado o Festival de Veneza também não aceitava curtas em vídeo concorrendo entre os de 35mm, agora pode. A outra boa nova trazida pelo filme dele, também estrelado por Paulo José, é que uma distribuidora carioca resolveu inserir o curta na sessão junto com o longa Juventude, de Domingos de Oliveira. Entraram em cartaz juntos, com projeção digital.

O CTAv promoveu um debate sobre este assunto no Gramado Cine Vídeo, que acontece ao mesmo tempo do Festival de Gramado. O tema era “O curta-metragem no século XXI: digital X película”. Tive o prazer de conduzir esta conversa, que contou com a contribuição de realizadores, estudantes de cinema e um representante da Rain, Cacá de Carvalho. Um dos principais temas levantados foi a questão de algumas universidades que ainda exigem dos alunos um curta em 35mm para a formatura. Me perguntaram para que mercado estão produzindo e fiquei sem saber o que dizer. Ainda bem que fui pra lá com mais perguntas que respostas, até porque o melhor que se pode fazer agora é alimentar esta polêmica.

joana-nin_gramado1*Joana Nin é Assessora do CTAv e Editora do Portal. Jornalista e documentarista, dirigiu o curta-metragem Visita Íntima, é diretora assistente do longa documentário Hércules 56, de Silvio Da-Rin, foi editora do Fantástico e repórter do SBT e TV Globo em Curitiba. É professora na pós-graduação em Cinema Documentário da FGV e na Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV do Paraná - CINETV-PR.


Fonte: http://www.ctav.gov.br/plano-geral/

terça-feira, 28 de julho de 2009

O Arrebatador Cinema da Índia


Por Maurício Caleiro

(Fotos retiradas daqui, dali e dacolá)


Ao contrário do que talvez se pudesse esperar, a abordagem – estereotipada mas pretensamente respeitosa – da cultura indiana pelo produto midíático de maior público no país - a "novela das oito" - não teve como um de seus efeitos o crescimento substancial da curiosidade a respeito da principal referência estética de Caminho das Índias: a produção audiovisual indiana, destacadamente seu cinema.

No Ocidente, a imagem do cinema indiano esteve por muito tempo associada, sobretudo, à figura do diretor Satyajit Ray (1921-1992), que em 1956 venceria a Palma de Ouro em Cannes com A Canção da Estrada (Pather Panchali, 1955) – primeiro filme da “Trilogia de Apu”, sobre a qual o blog Cine-Filia traz detalhadas informações. Embora seja contemporâneo de outros grandes diretores da chamada “Era de Ouro” do cinema indiano – como Raj Kapoor, Mehboop Khan e Guru Dutt, o “Bergman indiano” -, Ray foi o mais famoso internacionalmente por razões que dizem respeito mais à relação entre festivais de cinema e mercado do que à eventual superioridade de seu inegável e abundante talento (processo semelhante - mas menos assimétrico - ocorreria no Japão, com a fama internacional de Akira Kurosawa em relação às de Kenji Mizoguchi e Yasujiro Ozu).

Não deixa de ser uma lástima que tais dinâmicas de reconhecimento público ainda hoje vicejem, pois não são poucos os pesquisadores de cinema – entre os quais me incluo – que consideram Guru Dutt (foto) um dos mestres da sétima arte em todos os tempos e achem simplesmente inacreditável que ele seja, no Ocidente, não apenas desconhecido do grande público mas negligenciado até mesmo por cinéfilos e estudiosos de cinema.

A partir dos anos 80, graças à proliferação dos festivais de cinema, à consolidação das comunidades indianas no exterior e ao incremento das facilidades de importação e circulação de filmes, a imagem do cinema indiano passa a ser mais associada aos filmes massivamente produzidos por “Bollywood” (o B vem de Bombaim, atual Mumbaim, que é, há décadas, o único centro produtor de cinema no mundo a superar Hollywood, ente outros quesitos, em número de produções/ano).

Produtos do ramo mais bem-sucedido do cinema indiano em termos comerciais, os filmes abrigados sob o rótulo "Bolywood", no mais das vezes produções de grande orçamento, obedecem a um sistema industrial altamente profissionalizado. Dos roteiristas aos técnicos no estúdio, da figurinista ao diretor de arte responsável pelos multicoloridos padrões cromáticos, dos coreógrafos aos cantores que dublam os astros nos diversos números musicais que ornam muitos dos filmes, todo o sistema produtivo trabalha em série e de modo praticamente ininterrupto, a realização de um filme sucedendo a de outro, num modelo de produção menos atomizado e de ritmo mais intenso do que o praticado atualmente em Hollywood.

A cereja do bolo desse esquema é, naturalmente, o star-system indiano, já que tradicionalmente no país, de forma ainda mais intensa do que nos Estados Unidos, é o elenco – sobretudo o protagonista masculino – o principal chamariz de público para os filmes. A atual grande estrela das telas indianas é o ator Shah Rukh Khan (ao centro, na foto que encima o texto), 43 anos, que sucedeu o grande ídolo dos anos 70/80 Amitabh Bachchan. Essa mudança significou uma revolução nos padrões estilísticos e temáticos concernentes ao protagonista – tema que debateremos futuramente em outro post.

Diversidade e riqueza cultural
Mas o cinema indiano vai muito além dos mestres de seu período clássico e e da exuberância multicolorida de “Bollywood”: a Índia contra com três grandes centros produtores – Mumbaim, Calcutá e Madras –, que lançam, anualmente, uma média de quase mil filmes. A maioria é falada em Hindi, mas há uma considerável produção em Tamil, Telugu e em Malayalam, e algumas dezenas de títulos falados em Bengali, Kannada, Gurajati e em Marathi. Na verdade, quase todos os 21 idiomas/dialetos falados no país são contemplados com a produção de ao menos um filme por ano.

Cerca de trinta milhões de indianos vão ao cinema diariamente (aproximadamente 3% da população do país) e, na presente década, mais de 9o% das receitas de bilheteria, em média, disseram respeito à produção nacional. Além de hegemônico internamente, o cinema indiano tem mercado cativo no sudeste asiático, no Oriente Médio e em boa parte da África. Durante décadas objeto de culto restrito às comunidades indianas no exterior, vive hoje um processo de popularização no Ocidente – nos EUA, Reino Unido e França destacadamente.

A presença marcante da cultura popular indiana – milenar ou contemporânea -, combinada ao volume de produção e à influência de distintos modelos representacionais, gera um cinema extremamente rico em sua diversidade, com uma forte tradição em termos de documentário, duas grandes escolas ficcionais, características regionais distintas e crescente experimentalismo. Vale a pena conhecer melhor essa filmografia vibrante, que envolve o espectador, seja através do apelo popular produzido pela mistura de gêneros, canções, cores e sensualidade de sua produção mainstream (estas últimas evidenciadas na foto da atriz Kajol, logo acima); pela sinceridade e agudeza dos seus filmes de “temática social”; ou pelo rigor e personalidade de seu “cinema de autor” (aqui, em inglês, uma ótima seleção de títulos para quem deseja se iniciar no cinema indiano, organizada por dois especialistas no tema).

Infelizmente, ainda viceja no Brasil, mesmo em setores soi disant cultos e intelectualizados, uma espécie de versão debochada do Orientalismo de que nos fala Edward Said, traduzida na tendência a apregoar o multiculturalismo da boca pra fora mas continuar torcendo o nariz, ignorando ou folclorizando o que vem do Oriente, sobretudo se se trata de algo popular. Assim, com a exceção de uns poucos iniciados, os cinéfilos brasileiros seguem privados do contato sistemático com uma das mais ricas, originais e diversificadas cinematografias do globo. É mesmo uma pena, sobretudo se pensarmos o quanto o próprio cinema brasileiro teria a ganhar com esse contato.


Fonte: http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Cinema em Órbita

Quem venceu a corrida espacial foi Stanley Kubrick, levando o homem à Lua antes dos EUA e da URSS

Kleber Mendonça Filho


Historicamente, a chegada do homem à Lua foi o resultado da Guerra Fria, quando americanos e soviéticos entraram na chamada ‘corrida espacial’, já nos anos 50. Em termos práticos, deu-se uma espécie de olimpíada da ciência entre duas escolas rivais, e os americanos, que chamavam seus homens de astronautas, ganharam a prova final, a Lua, dos soviéticos, que chamavam seus heróis de cosmonautas. No entanto, foi o cinema, de certa forma, que venceu a corrida, pois em 20 de julho de 1969, 2001: uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick, já estava em cartaz em todo o mundo com praticamente um ano de vantagem.

Dar algum tipo de vitória ao cinema, considerando o incrível feito técnico e político de Washington e da agência espacial americana, a Nasa, e todo o investimento dos melhores cérebros do poderio comunista, não é exatamente um exagero. O cinema, como reflexo do mundo e do ser humano, nos oferece um universo paralelo que muito tem de verdade, especialmente no âmbito da chamada ‘ficção científica’, um termo maltratado pela cultura pop, em geral.

A ficção científica indica, literalmente, a hipótese desenvolvida em cima de uma base factual, científica. Vale observar que muito do que se produz e que se consome no cinema é rotulado sem grandes cuidados de “ficção científica” quando, na verdade, melhor seria o termo “fantasia”. Ou seja, 2001: uma odisseia no espaço seria ficção científica, enquanto Guerra nas estrelas (um exemplo fácil), uma ‘fantasia’, ou “fantasia espacial”.

Uma suposta vitória do filme de Stanley Kubrick, que foi lançado em abril de 1968, pode ser explicada. A Lua sempre teve participações especiais nas imagens do cinema, ao longo do último século, seja pura e simplesmente pela sua carga mística e estética, ou como o satélite natural da Terra.

No primeiro caso, a Lua pode ser elemento catalisador do romance, da sorte e do azar, ou da sensualidade, da fecundidade das mulheres, das próprias mulheres. São elementos usados com frequência constante no cinema, do filme de lobisomem (Um lobisomem americano em Londres talvez seja o melhor) a uma cena simples onde James Stewart promete a Lua a Donna Reed em A felicidade não se compra.

A Lua como objetivo de conquista do homem, no entanto, é algo menos frequente, e constitui uma série de exemplos curiosos sobre como o cinema reflete as ambições do homem e de suas sociedades, algo que atingiria uma espécie de clímax com o filme de Kubrick, nos anos 60, às véspera da real conquista da Lua.

É uma ideia tão presente no ser humano e no cinema que lá está ela na primeiríssima vinheta da MTV, levada ao ar em 1982, num filme recente e próximo como o pernambucano Muro (2008), de Tião, ou no cinema ancestral de Georges Méliès, que conquistou a Lua já em 1902, quando fez Le Voyage dans la lune.

Nesse filme incrível de 21 minutos (numa época em que filmes duravam não mais do que dois minutos), a nave espacial com a forma de uma bala grande é disparada de um canhão em Paris. A Lua tem os traços reconhecíveis de um rosto humano que acabara de ser atingido por uma polpuda torta de marshmallow. E esse rosto leva a nave bem no olho direito, a versão de Méliès para uma hipotética aterrissagem lunar.

Na Lua, existiriam habitantes, os selenitas, que nos passam a suspeita através de sua aparência de que Méliès os imaginava como nativos africanos de alguma terra distante, claro reflexo da política colonialista (e racista) dos europeus na virada do século 19 para o 20. Esses nativos lunares também têm uma particularidade: eles explodem e viram uma nuvem de fumaça quando atacados. A base de Meliès para o filme foi os escritos de dois autores marcantes que enxergavam o jeito de como as coisas viriam a ser no futuro: o francês Jules Verne e o inglês HG Wells. Escreveram certo sobre os avanços do homem pelas linhas tortas da fantasia.

Uma outra história intrigante é a do filme alemão de ficção científica Die frau im mond (A mulher na Lua, 1928), de Fritz Lang. Não é um bom Fritz Lang, mas a sua atenção para o detalhe (seu filme anterior foi o clássico Metropolis) envolvia mostrar em detalhes uma plataforma de lançamento do foguete que não apenas assustou o serviço de inteligência britânico, como levou os nazistas a destruir a maquete usada no filme. Ou seja, um protocaso de armas de destruição em massa que se repete na história humana. Realista demais, o filme terminou entregando segredos dos foguetes V1 e V2 que uma década depois aterrorizariam Londres nas campanhas de bombardeio pelos nazistas.


FONTE:
Jornal do Commercio - PE 19/07/2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Pai que trocou a escola do filho por filmes

O Pai que trocou a escola do filho por filmes

(OGlobo - 24/05/2009 05:00:07)

Escritor canadense conta como passou a se relacionar melhor com jovem ao organizar sessões de cinema

Eduardo Fradkin

O ex-crítico de cinema e escritor canadense David Gilmour (homônimo do guitarrista do Pink Floyd) estava prestes a fazer um livro sobre como superar decepções amorosas com mulheres e já tinha até uma editora para lançá-lo, quando seu filho Jesse abriu-lhe os olhos.

- Ele me disse: "Ninguém vai ler isso. Não é para o público feminino, e os homens não compram livros desse tipo. Por que você não escreve sobre os três anos que passamos vendo filmes?" - relata Gilmour, em entrevista por telefone.

O pai seguiu o conselho, e o resultado é "O clube do filme", sucesso mundial que será lançado no Brasil amanhã pela editora Intrínseca. A obra narra uma história real: Jesse, aos 16 anos, estava sem rumo na vida, reprovado em várias matérias na escola. David, então, fez-lhe uma proposta singular. O garoto poderia deixar a escola e não precisaria arranjar trabalho. Poderia dormir até tarde e fazer o que quisesse, mas teria que assistir a três filmes com David por semana e debatê-los.

- Ele realmente odiava a escola. Eu acredito muito na educação, sou professor universitário em Toronto. Mas Jesse era um caso especial. Algo na personalidade dele fazia com que lhe fosse penoso ficar horas sentado na sala de aula. Era algo fisicamente doloroso. Isso se tornou um problema entre nós, porque eu queria que ele terminasse a escola, então ficava cobrando os deveres dele. Nossa relação se tornou uma briga constante. Percebi que, no fim das contas, eu não poderia forçar um moleque de 1,93 metro a fazer o que era necessário para concluir o ensino médio. Tudo o que eu conseguiria era destruir nossa relação e levá-lo a sair de casa. Em seis meses, é o que teria acontecido. Eu o teria perdido - alega David.

O escritor ressalta que aparentemente nada havia de errado na personalidade do filho:

- Ele não tinha problemas comportamentais ou intelectuais. Era sociável, falante. Apenas odiava a escola.

Garoto-problema se tornou roteirista e estuda atuação

Hoje, Jesse está com 23 anos. O que anda fazendo?

- Para a surpresa de todos, ele acaba de escrever e estrelar seu primeiro curta-metragem, de dez minutos, e também escreveu o roteiro de um longa que será filmado em algum momento durante o ano. Um famoso produtor canadense o leu e gostou do texto. Foi uma surpresa para mim e a mãe dele, pois não esperávamos que ele se interessasse por atuar ou escrever roteiros. Há mais ou menos um ano, ele decidiu que era o que queria fazer.

No fim do livro, Jesse resolve voltar para a escola e faz um curso intensivo de três meses para prestar um teste de admissão. Ele passa. David diz o que aconteceu depois disso:

- Ele entrou na Universidade de Toronto e ficou um ano estudando lá. Mostrou a todos que podia ser um universitário, mas disse que descobriu o que queria fazer, que era escrever um roteiro, e abandonaria a universidade para realizar aquilo. Foi para a Tailândia e três meses depois apareceu com o roteiro. Outra surpresa é que Jesse se revelou um bom ator. A mãe dele é atriz e o preparou para o curta de dez minutos. Ela me disse que ele tem um dom natural para atuar. Ele vai fazer isso no próprio filme. Está começando a tomar aulas de atuação.

Todavia, David não atribui ao cinema a ligação afetiva construída com o filho.

- Nós não nos aproximamos por causa dos filmes. Nós já nos adorávamos. A escola era o problema. No momento em que eu disse para ele que não precisava mais ir à escola, ficou tudo bem. Jesse precisava de duas coisas. Precisava de tempo para se tornar quem ele seria. Tinha só 16 anos. Nessa idade, nenhum garoto sabe o que quer. Também precisava de uma figura exemplar para a vida no mundo adulto. Se eu não servisse de modelo, ele o encontraria no seu grupo de amigos, e isso poderia ser uma encrenca. A tendência dos jovens é escolher como modelo o garoto com a personalidade mais forte, que pode vir a ser um delinquente ou um traficante. Eu acredito que adolescentes precisam de seus pais muito mais do que admitem - afirma David.

Todos os filmes vistos por Jesse dos 16 aos 19 anos foram escolhidos por David, com base em dois critérios: ele os tinha adorado em algum momento da vida, e deviam ser de todos os gêneros. Para que o filho não se tornasse esnobe, ele lhe mostrava com o mesmo entusiasmo "Cidadão Kane" ou "Instinto selvagem". As reações, às vezes, o surpreenderam.

- Mostrei "Os reis do iê iê iê" achando que ele ia adorar, mas ele detestou. Mostrei "Ran", de Akira Kurosawa, pensando que o entediaria, e ele adorou. Acho que é porque há algo nesse filme que sugere a solidão da natureza humana, algo que todos sentimos. Até ver esse filme, Jesse devia achar que era a única pessoa que tinha esse sentimento de estar só no mundo. Ele tinha estudado "Rei Lear" na escola e tinha odiado a peça de Shakespeare. O filme é a mesma história adaptada ao Japão do século XVI. Outro filme que me surpreendeu foi "Amores expressos". Na época, achei que era porque tinha uma chinesa bonita nele, e Jesse tinha acabado de perder uma namorada chinesa e estava de coração partido. Mas hoje vejo que o motivo era outro. Esse é o tipo de filme que inspira jovens cineastas, porque parece que qualquer um poderia fazê-lo - arrisca o autor.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cinema Digital - 20 Perguntas e Respostas

Cinema Digital

Em 20 perguntas e respostas


Por Pedro Butcher

O circuito exibidor brasileiro está prestes a enfrentar um de seus maiores desafios: a transição digital. Dez anos depois da revolução do multiplex, que em seu conjunto representou investimentos da ordem de R$ 1 bilhão, os grupos de exibição em atividade no país começam a se preparar para uma nova transformação radical, que implica a substituição de todo seu aparato tecnológico de projeção.

No último ShoWest, a maior convenção da indústria cinematográfica americana, o cinema digital foi o assunto dominante. Todas as apresentações dos estúdios (fossem elas apenas de trailers ou de filmes completos) foram realizadas no formato digital. Sessões especiais de filmes em 3D como a aventura Viagem ao centro da Terra - O filme e a exibição de trechos inéditos da primeira animação 3D da DreamWorks, Monsters vs. Aliens, deixaram os exibidores encantados com as possibilidades do novo formato.

Na reportagem a seguir, procuramos resumir, no formato de perguntas e respostas, as principais dúvidas em torno da questão e apontar os cenários que começam a se formar com a chegada da transição digital no Brasil.

Perguntas e Respostas: http://www.filmeb.com.br/portal/html/cinemadigital.php