sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cineclubismo é novidade no Edital da FUNDARPE

Fundarpe amplia recursos para Audiovisual em 90% em relação a 2007

A Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) ampliou os recursos para o edital do Audiovisual em 90% comparado ao ano passado. Agora, a instituição conta com R$ 4 milhões para distribuir entre os projetos aprovados --em 2007 o valor era de R$ 2,1 milhões.

Serão beneficiadas as propostas aprovadas em curta e longa-metragem, produtos para TV e iniciativas em formação/difusão e prática de cineclubismo.

Parte do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco, o anúncio da abertura da segunda edição do edital foi feito na manhã da última quarta-feira (29), no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), pela presidente da Fundação, Luciana Azevedo.

O 2º Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco contemplará todas as fases de execução, pesquisa, produção e difusão e também todos os segmentos da cadeia produtiva do audiovisual.

INSCRIÇÕES

Poderão participar do edital do Audiovisual pessoas físicas jurídicas pernambucanas ou residentes ou sediadas no estado há, no mínimo, um ano. No caso dos longas-metragens, será exigida a apresentação por pessoa jurídica, com sede em Pernambuco há, pelo menos, um ano.

O regulamento e o formulário de inscrição estão disponíveis no site da Fundarpe (www.fundarpe.pe.gov.br). As inscrições poderão ser feitas na sede da instituição, localizada na Rua da Aurora, nº 463/469, Boa Vista, das 8h às 12h e das 14h às 17h, entre os dias 8 e 16 de dezembro. Também serão aceitas propostas por meio de Sedex, postadas até o último dia de inscrição.

DISTRIBUIÇÃO DE VERBAS

Ao todo, R$ 1,9 milhão será destinado à categoria Longa-Metragem; R$ 700 mil para projetos de Curta-Metragem; R$ 840 mil para projetos de Produtos para TV; R$ 530 mil para a categoria Difusão e Formação; e R$ 30 mil para Desenvolvimento do Cineclubismo.

Este ano, cada etapa dos projetos em Longa-Metragem terá um teto. Para a fase de Pesquisa, o valor máximo será de R$ 30 mil; em Produção o montante é de R$ 520 mil por projeto; já as propostas de Finalização não deverão ultrapassar os R$ 300 mil e as de Distribuição os R$ 150 mil. No caso da realização integral do filme, o teto é de R$ 1 milhão.

Os interessados em inscrever projetos em Curta-Metragem deverão apresentar propostas para produção e/ou finalização. Já na categoria Difusão e Formação – festivais e mostras de cinema ou vídeo, e de oficinas, cursos e seminários ligados à área e prensagem e distribuição de DVD de obras já produzidas – somente serão aceitos trabalhos de realização integral do projeto.

A realização de todas as fases do projeto também é aplicada à categoria Produtos para TV, que corresponde à elaboração de minisséries, microsséries, especiais para TV, séries de documentários, telefilmes, com qualquer duração destinada a exibição em canais de televisão brasileiros em ficção, documentário ou animação.

PATRIMÔNIO

Os interessados em inscrever Produtos para TV também poderão apresentar propostas para dois documentários específicos, no valor máximo de R$ 70 mil cada.

O primeiro será uma série de 12 mini-documentários sobre o patrimônio imaterial pernambucano, incluindo o Maracatu Rural, Maracatu Nação, Caboclinho e Cavalo-Marinho, manifestações candidatas ao título de Patrimônio Imaterial Nacional junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O segundo documentário (com 52 minutos de duração) deverá ser sobre Mestre Salustiano, rabequeiro pernambucano eleito Patrimônio Vivo em 2005 e que morreu em agosto deste ano.

CINECLUBISMO

O Cineclubismo ganhou destaque no edital deste ano por meio de uma nova categoria. A linguagem terá valores específicos com o objetivo de incentivar a prática em todo o Estado. Haverá três modalidades na área: Criação de Cineclubes, Manutenção de Cineclubes e Projetos de Integração de Linguagem nos Cineclubes. Cada projeto terá o teto de R$ 6 mil, totalizando R$ 30 mil.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Próxima Reunião: 02/11/08

No próximo domingo (02/11/08) haverá reunião Ordinária do Cineclube AZouganda na casa de Nando às 14h.

A casa de Nando fica no bairro do Cabanga. Maiores informações: 8705-3346 (Nando) ou 9950-0166 (Amanda).

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O Cineclube AZouganda quer exibir seu Curta-Metragem

ATENÇÃO REALIZADORES

Até o dia 7 de novembro, o Cineclube AZouganda receberá vídeos para exibição na II Mostra AZ de Curta-Metragem. O evento será realizado dia 13 de novembro, na quadra da FFPNM-UPE, a partir das 19h30.

O tema é livre, com foco na pluralidade da produção cinematográfica, abrindo espaço para diferentes trabalhos, de todos os gêneros. Os vídeos devem estar em formato DVD.

Para participar da II Mostra AZ de Curta-Metragem, os interessados devem entrar em contato com a Coordenação do Cineclube AZouganda:

E-mail: cineclubeazouganda@yahoo.com.br
Blog: http://www.cineclubeazouganda.blogspot.com
Fotolog: http://www.fotolog.com/cine_azouganda
Grupo de Discussão: http://br.groups.yahoo.com/group/cineclube_azouganda/
Fones: (81) 9950-0166 (Amanda) ou (81) 8770-8953 (Luiz)

SERVIÇO:

Evento: II Mostra AZ de Curta-Metragem
Data: 13 de Novembro de 2008
Local: Quadra da FFPNM-UPE, Nazaré da Mata
Hora: 19h30 às 21h30
Entrada: Gratuita

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vitória do Movimento Cineclubista Pernambucano!

Pessoal, foi criada a Categoria Cineclubista no Edital de Fomento do Audiovisual de Pernambuco, resultado do Adendo Cineclubista elaborado pela FEPEC - Federação Pernambucana de Cineclubes e que recebeu o apoio da FUNDARPE.

Essa ação pública governamental é inédita dentro do Movimento Cineclubista Brasileiro que, neste ano, completa 80 anos!

A cerimônia do lançamento deste edital será na próxima quarta-feira, como segue abaixo:

O Governo de Pernambuco e a Fundarpe - Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - convidam para a cerimônia de lançamento do 2º EDITAL DO PROGRAMA DE FOMENTO À PRODUÇÃO AUDIOVISUAL DE PERNAMBUCO. O edital terá o valor de R$ 4 milhões distribuídos para filmes de longa-metragem, curta-metragem, produtos para TV, difusão e formação.
PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, DIA 29-10-2008
NO MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO - 10H

Confira na íntegra o texto do Edital direcionado a categoria cineclubista:

CAPÍTULO VIII
CATEGORIA DESENVOLVIMENTO DO CINECLUBISMO

Art. 14
– Poderão concorrer na categoria desenvolvimento do cineclubismo pessoas físicas ou jurídicas nas modalidades:

I. criação de cineclubes;
II. manutenção de cineclubes;
III. projetos de integração de linguagens nos cineclubes.

Parágrafo Primeiro: Cada projeto poderá ter o teto máximo de até R$ 6.000,00 (seis mil reais);

Parágrafo Segundo: Poderão inscrever-se nas modalidades manutenção de cineclubes e integração de linguagens nos cineclubes, os cineclubes em atividade e os pontos de difusão e exibição, sendo exigida a comprovação de existência da entidade há, no mínimo, um ano, através de material de divulgação ou lista de presença de público ou fotos/imagens ou programação, e o estatuto ou regimento interno com assinaturas reconhecidas em cartório dos membros da comissão de diretoria que norteará as atividades do cineclube;

Parágrafo Terceiro: No ato da inscrição, deverá ser entregue uma carta proposta, elaborada pelo cineclube – ou grupo/ coletivo - solicitante, na qual serão descritas as características das atividades que serão desenvolvidas, priorizando o fortalecimento do cineclube como um espaço de acesso à cultura e informação, e, quando couber, uma agenda de programação das atividades de integração de linguagens a serem desenvolvidas.

Art. 15 – Os recursos destinados à modalidade de criação de cineclubes somente poderão ser investidos na viabilização de ações relativas às atividades cineclubistas – aluguel de equipamentos, filmes -, bem como divulgação de sessões, impressão de críticas e artigos, entre outros ficando vedada a aquisição de bens móveis e imóveis com o recurso supracitado.

Parágrafo Primeiro: Serão exigidos no ato da inscrição para criação de cineclubes, além dos referidos nos parágrafos do Art.16, os seguintes documentos,:


I. prova da existência – carta de anuência do proprietário ou locatário do imóvel - de um local apto à instalação do cineclube, adequado para realização das sessões e demais ações;

II. estatuto social ou regimento interno com assinaturas reconhecidas em cartório dos membros da comissão de diretoria que norteará as atividades do cineclube;

Parágrafo Segundo: Nesta modalidade, o proponente deverá constituir diretoria para o Cineclube, composta por, no mínimo, três pessoas, sendo exigido que ao menos duas delas sejam maiores de dezoito anos ou emancipadas, devendo, ainda, anexar a comprovação da constituição da diretoria, devidamente registrada em cartório;

Art. 16 - O patrocínio para a modalidade de manutenção de cineclubes será destinado a pessoas físicas ou jurídicas que já desenvolvam algum tipo de atividades de difusão audiovisual. E devem ser investidos na viabilização de ações relativas à atividade cineclubistas, bem como divulgação de sessões, impressão de críticas e artigos etc.

Art. 17 - A modalidade de projetos de integração de linguagens nos cineclubes destina-se a extensão da atividade cineclubista no que tange a integração com outras linguagens como eventos musicais, dança, seminários, esquetes teatrais, exposições e manifestações artísticas em geral.

Parágrafo Único: Serão exigidos nesta modalidade anexos referentes às atividades de integração de linguagens, bem como currículo do artista/banda, carta de adesão, programação das atividades etc.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Próxima Exibição: AKIRA (29/10/08)



29 de outubro, quarta-feira


Quadra da FFPNM, às 19h30
ENTRADA GRATUITA






Comemorando a seu modo o Dia Internacional da Animação - D.I.A., o Cineclube AZouganda orgulhosamente apresenta: Akira





Futuro do Pretérito
Por Aluísio Gomes Jr.*


Vocês se lembram dos Jetsons? Aquele desenho com carros voadores, cão-robô, empregada-robô, família americana perfeita. Pararam para pensar que esse futuro idealizado por William Hanna e Joseph Barbera era para estar acontecendo agora? Bom, não sei vocês, mas não tenho visto nenhum carro voando por aí. O futuro visto numa obra de arte tem mais haver com o tempo em que foi concebido do que com uma idéia mediúnica do artista. Quando Os Jetsons foram ao ar pela primeira vez nos EUA, os americanos ainda viviam em uma época anterior a morte dos Kennedys, Vietnã e Revoluções (Social, Cultural e Sexual). Já quando Katsuhiro Otomo dirigiu Akira em 1988, o buraco era bem mais embaixo.

Nos anos 8o o mundo estava de ressaca. Depois de tomar todas nas duas décadas posteriores, ele resolveu dá uma guinada conservadora. O futuro era negro como se podiam ver em Blade Runner de Ridley Scott ou no livro Neuromancer de William Gibson. Ou dark, palavra mais em moda na época. Mas nenhuma outra obra descrevia melhor esse sentimento de final dos tempos da “década perdida” quanto o Akira de Otomo. Akira é puramente oitentista no que isso possa ter de melhor. O filme mistura todos os elementos primordiais da literatura cyberpunk e animação japonesa dos anos 80: mundo pós-guerra, sociedade em crise, corrupção, drogas, sistema militarizado e alienação da juventude.

O enredo se passa em 2031 em Neo-Tóquio, uma Tóquio reconstruída após a original ter sido destruída na III Guerra Mundial. Otomo desenha/fotografa essa Neo-Tóquio em fortes tons de roxo, marrom e verde tal qual Alan Moore e Dave Gibbons fizeram com Watchmen. Os protagonistas da história são dois jovens de uma gangue de motoqueiros, Kaneda e Tetsuo. Após um acidente com uma misteriosa criança, Tetsuo é levado para instalações militares onde irá desenvolver poderes inatos. Não vou contar mais para não entregar a sobremesa antes do almoço, mas o interessante a partir desse ponto é como Otomo desenvolve uma mistura de discussão holístico-religiosa, comentários sociais com cenas de ação de tirar o fôlego. Quem pensou que isso pode ter servido de inspiração para Matrix, acertou em cheio. Os Irmãos Wachowsky, diretores de Matrix, são fãs confessos de Akira. Assim como o filme hollywoodiano, os pensamentos filosóficos da animação não resistem a um debate mais profundo. Mas qual moleque, seja de 10 ou 50 anos, se importa com isso quando vê Kaneda correndo na clássica moto vermelha.

Não apenas em Matrix nós vemos sinais de Akira na filmografia mundial. A influência mais óbvia é em animes japoneses de ficção científica como NeoGenenis Evangelion e Ghost in Shell, mas quando você vir Uma Thurman pilotando uma moto pelas ruas de Tóquio em Kill Bill, pode ter certeza que a inspiração do diretor Quentin Tarantino veio desse clássico da animação nipônica. Talvez, porque o futuro que nós enxergamos hoje esteja muito mais para o apocalipse de Akira do que para a vida suburbana dos Jetsons.


*Jornalista Pernambucano e Coordenador do Cineclube AZouganda

Direção: Katsuhiro Otomo


Ano/Origem: 1988/Japão


Gênero: Animação


Duração: 124 min





Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=qT_SLtKoeVY








O D.I.A (28 de outubro) comemora o aniversário de 116 anos da primeira projeção pública mundial de imagens animadas, em 1892. O pioneiro realizador Emile Reynaud promoveu com seu teatro óptico, no Museu Grevin, em Paris, a proeza de exibir desenhos animados três anos antes do cinematógrafo – o pai do cinema moderno - ser apresentado pelos irmãos Lumiere.








Cineclube AZouganda:





Orkut: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=70383397


E-mail: cineclubeazouganda@yahoo.com.br


Blog: http://www.cineclubeazouganda.blogspot.com


Fotolog: http://www.fotolog.com/cine_azouganda


Grupo de Discussão: http://br.groups.yahoo.com/group/cineclube_azouganda/

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Próxima Reunião: 18/10/08

No próximo sábado (18/10/08) haverá reunião ordinária do Cineclube AZouganda na casa de Nando às 14h.

A casa de Nando fica no bairro do Cabanga. Maiores informações: 8705-3346 (Nando) ou 9950-0166 (Amanda).

Cinefilia: Cineclubes Ressurgem

A matéria abaixo foi ao ar no dia 14 de outubro, no site www.revistaogrito.com e contou com a participação de Amanda Ramos/Alves (Cineclube AZouganda e Diretora de Comunicação da FEPEC); Otávio Portugal (Cineclube Revezes e Membro do Conselho Fiscal da FEPEC), Gê Carvalho (Cineclube Amoeda Digital e Presidente da FEPEC), entra outros.

Vale a pena ler até o final!


Cinefilia: Cineclubes ressurgem

14 de October de 2008















PARA DISCUTIR CINEMA


Cineclubes resistem ao tempo e falta de público


Por Lidianne Andrade


Depois da chegada dos complexos UCI de cinema aos shoppings da capital pernambucana, não havia mais desculpas para não assistir filmes: mais de 10 salas de exibição com uma variada programação de películas recém saídas do forno. Muitos dos cinemas com grandes prédios e estruturas belíssimas, com direito a pipoqueiro na porta e cambista, foram extintos e vendidos por falta de público, a exemplo dos clássicos do centro do Recife Cine Veneza e Moderno. Poucos resistiram como o São Luiz da Rua da Aurora, que fechou suas portas no ano passado (sem previsão de ser reaberto, apesar de novos projetos em andamento). Porém, um espaço para exibição e discussão da sétima arte nunca deixou de existir: os cineclubes, locais alternativos para exibição de filmes e, logo em seguida, um gostoso bate papo.


Desde a criação do primeiro cineclube no Brasil, o carioca Chaplin Clube, com sua fundação datada de 13 de junho de 1928, o movimento só tendeu a crescer. Atualmente as salas alternativas de exibição alcançaram a marca de 169 em todo o Brasil, pelo menos os registrados no Conselho Nacional de Cineclubes. O conselho não age como entidade reguladora que cria critérios para aprovação, já que a atividade é livre e pode acontecer em qualquer lugar, desde que tenha público e um filme com debates posteriores ou antecedentes. O CNC promove encontros entre os organizadores e ajuda em caso de problemas, como os envolvendo direitos autorais para exibição. “É um órgão apenas para ajudar em eventualidades. Não age como repressor ou ditador de padrões, porque não há padrão e na prática qualquer um pode montar seu cineclube, é uma atividade livre e o mais legal é isso”, explica Amanda Alves, uma das coordenadoras do cineclube Azouganda (Nazaré da Mata) e diretora de comunicação da Federação Pernambucana de Cineclubes, órgão recém criado no 1º Encontro Pernambucano de Cineclubes, que aconteceu em julho deste ano, no Festival de Cinema de Triunfo.


A entidade pernambucana, assim como a força dos cineclubes, ainda é pequena, mas constante. “Já contamos com nove cineclubes inscritos dos cerca das 15 existentes no Estado, um número significativo para instituições sem fins lucrativos”, conta Amanda. Vale ressaltar que existem muitos clubes ainda não cadastrados ou mesmo divulgados, mas firmes e fortes. Alguns nem tão desconhecidos assim, como o Revezes, que funciona na Universidade Católica de Pernambuco e completa 10 anos em março de 2009. Fundado pelos jornalistas Silvana Marpoara, Luiz Joaquim e o colunista de O Grito! Alexandre Figueirôa, já passou por diversas mãos até chegar na coordenação atual do estudante do 5º período de jornalismo da instituição Otávio Portugal. Assim como a maioria dos cineclubes, surgiu no meio universitário, ambiente mais propício para discussão pelo própria suscetibilidade para debates do local, além de espaço disponível para projeção. Com sessões quinzenais e sempre seguindo a linha de filmes alternativos, exibe desde películas brasileiras como Ônibus 174 a europeus inéditos, como o francês Le Chanson D´amor.


Infelizmente, o Revezes resiste ao tempo e à força de vontade dos seus coordenadores. A frente do projeto desde o começo desse semestre, Otávio é sincero sobre o número de pessoas nas sessões: “Exibimos filmes para em média 10 pessoas. Às vezes desanima sim, mas são sessões em horário de aula e de filmes que já passaram no cinema. Os presentes são apenas aqueles que querem discutir cinema e partilhar conhecimento. Um dia fiquei surpreso quando apareceram 20 pessoas na exibição do making off de Linha de Passe, um material exclusivo”, conta Otávio. “Mas nada que desanime, cineclube é para quem gosta mesmo e cumpre sempre seu papel principal: discutir cinema”, completa.


Ambiente de discussões - Nada de salas lotadas como em pré-estréias famosas nas portas dos cinemas, onde os ingressos são vendidos muitas vezes com antecedência. Nos cineclubes, com entrada gratuita em sua maioria, os grupos são reduzidos, só freqüenta mesmo quem curte falar sobre a sétima arte. “São ambientes para conversar, tirar dúvidas e trocar conhecimento. O cineclube deve ajudar a formar uma consciência crítica e dar bagagem às pessoas. Isso só se consegue vendo filmes e discutindo”, comenta o crítico de cinema e editor do portal PE360graus Rodrigo Carreiro. “A idéia básica é expandir a cabeça dos cinéfilos para melhor usufruir dos filmes, além de apresentar novidades sob uma ótica curatorial. De cineclubes saíram bons cineastas”, comenta o critico Luiz Joaquim, que, diga-se de passagem, remete ao cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, freqüentador de um dos cineclubes mais famosos daqui na década de 80, o Jurando Vingar. A mesma roda de conversa gerou outros nomes da cena áudio visual pernambucana como Paulo Caldas, Lírio Ferreira e Cláudio Assis.


Mas nem todos agem como palco de discussão. O Azouganda, de Nazaré da Mata vem preencher uma lacuna de moradores e estudantes que não dispõem de dinheiro para locomoção até Recife para assistir filmes. Fundado há três anos, funciona dentro das dependências da Universidade de Pernambuco (UPE), com exibições quinzenais. “Nosso maior freqüentador é um cabloco de lança de Nazaré que tem muita dificuldade de leitura, mas assiste a todos os filmes (até mesmo os legendados) e sempre comenta depois com agente”, conta Amanda Alves, uma das coordenadoras. Ao contrário dos clubes de discussão da capital, o Azouganda leva em público números de sucesso entre os cineclubistas, com sessões variando entre 50 e 60 pessoas. “Nosso público é alto, mas sabemos que não é apenas amor à sétima arte: muitos deles são de cidades vizinhas que não tem cinema e outros são alunos que simplesmente não querem assistir aula”, conta a coordenadora.Sabendo da necessidade do contato com o cinema do público local ser maior que as discussões teóricas, já que muitos tem apenas o ensino fundamental, o Azouganda exibe de tudo, não apenas filmes fora do grande circuito. “Nossa sessão mais cheia foi com a exibição de A Hora do Pesadelo, com 120 pessoas assistindo”, comenta.

Salas vazias – Infelizmente salas lotadas não são a realidade dos cineclubes locais. A média nacional é 30 pessoas por sessão, segundo dados da Federação Pernambucana de Cineclubes. Muitos deixaram de existir, como o Barravento, da Universidade Federal de Pernambuco, e o sem nome definido da Aeso, em Olinda, por falta de público. “Salas lotadas não é o nosso alvo, queremos que as pessoas, mesmo que não assistam ao filme todo, fique para o debate pós-exibição”, declara Otávio, do Revezes.
Mas pouco importa um grande público desde que a função principal de um cineclube seja cumprida: trocar conhecimento. “Há pessoas que pensam que colocar um projetor na rua e exibir filme é um cineclube. O que importa é o debate, a discussão, esta é a principal característica de um cineclube”, explica Ge Carvalho, presidente da Federação Pernambucana de Cineclubes e um dos organizadores do Amoeda Digital (no momento com suas atividades paralisadas para mudança de sede), que alcançava a média de 40 pessoas por sessão. “O primeiro 1° Encontro de Cineclubes de Pernambuco foi criado para tentar unir as entidades em atividade e também deixar claro valores quanto a sua função. Um cineclube é um espaço de áudio visual para debater informações, propagar idéias e, de certa forma, modificar o ambiente em que está inserido. Não é só para exibir filmes. Claro que não é uma proposta de mudar o mundo, mas de certa forma mudar a arte”, diz Ge em entrevista por telefone.
Atualmente, acredita-se que Pernambuco alcance a marca de 16 cineclubes, um numero que deve crescer nos próximos anos. “A proposta da federação é criar um cineclube pelo menos em cada cidade. Acreditamos que o Estado está com uma atividade forte na cena audiovisual e a atividade cineclubista tende apenas a crescer. Vamos em cada cidade, do litoral ao sertão, para conscientizar da importância do papel da sétima arte além do quanto importante pode ser a presença de um cineclube em sua cidade, o quanto é possível aprender com a atividade”, explica Gel. Por hora, a federação espera que as pessoas procurem o órgão para um cadastro ou mesmo informações de como criar um.
Para os que sentem dificuldade em manter seus cineclubes, Ge deixa um conselho: “O que falta sempre é organização. Com o sem federação, é preciso saber articular e fazer bons contatos. Organizar datas e cumprir, divulgar e contar com um bom grupo na coordenação. Um cineclube é igual a qualquer empresa administrativa, precisa de trabalho para acontecer”, explica.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Edital Aberto: Mande seu vídeo!

Fundarpe abre edital para 10º Festival de Vídeo de Pernambuco

Iniciativa em parceria com a Prefeitura do Recife vai distribuir R$ 37,5 mil entre os melhores curtas pernambucanos. Inscrições começam no dia 10 de novembro

Assessoria de Imprensa

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura do Recife, lança nesta terça-feira (dia 30 de setembro), o edital do X Festival de Vídeo de Pernambuco. O evento, considerado uma importante vitrine para novos talentos do audiovisual no Estado, vai distribuir R$ 37,5 mil para os melhores trabalhos de curta-metragem, nas categorias Documentário, Videoclipe, Ficção, Experimental e Animação.
Os interessados em participar, deverão realizar a inscrição entre os dias 10 e 14 de novembro, no Teatro do Parque, na Gerência de Multimeios, que fica na Rua do Hospício, 81, Boa Vista. Também serão aceitas propostas enviadas pelos correios, via Sedex, com data de postagem até o último dia de inscrição, endereçadas à sede da Fundarpe, lolcalizada na Rua da Aurora, nº 463/469, Boa Vista, CEP: 50.050-000.
Poderão concorrer os vídeos produzidos em Pernambuco, a partir do ano de 2006, e com duração máxima de 20 minutos. Os concorrentes poderão inscrever até dois vídeos. O primeiro colocado de cada categoria receberá um prêmio no valor de R$ 3,5 mil; e o segundo e o terceiro lugares receberão R$ 2,5 mil e R$ 1,5 mil, respectivamente.
As propostas, inicialmente, vão ser apreciadas por uma Comissão de Seleção, que escolherá os trabalhos aptos a serem exibidos na Mostra Competitiva, a ser realizada entre os dias 1º e 3 de dezembro, no Teatro do Parque. Em seguida, uma comissão julgadora, formada por cinco membros com experiência no setor Audiovisual, julgará os melhores de cada categoria. O resultado final será anunciado até o dia 6 de dezembro.

Baixe o regulamento e a ficha de inscrição no site da Fundarpe ( http://www.fundarpe.pe.gov.br/ ) ou na página da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br). Outras informações, através dos telefones (81) 3184.3074 e 3232.1556.


SERVIÇO

X Festival de Vídeo de Pernambuco
Inscrições: Teatro do Parque
Gerencia de Multimeios - Rua do Hospício, 81Boa Vista - Recife/PE
CEP: 50060-080 - Fone: 3232.1556

Via Sedex
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Pernambuco
Coordenadoria do Audiovisual de Fotografia
Ref.: Festival de Vídeo de Pernambuco
Rua da Aurora, nº 463/469 - Boa Vista - Recife/ PE
CEP: 50.050-000


Fonte: http://www.fundarpe.pe.gov.br/fundarpe-abre-edital-para-10-festival-de-video-de-pernambuco