quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Próxima Reunião: 31/08/08

No próximo domingo (31/08/08) haverá reunião ordinária do Cineclube AZouganda na casa de Artur às 14h.

Como chegar na casa de Artur:

Você pega o ônibus BRASILIT. Ele passa pela Av. Guararapes, Conde da Boa Vista, Derby, Graças, toda a Caxangá. Essa é a sequência no sentido cidade-subúrbio (a que interessa). Então ele passa por toda a Caxangá até fazer o retorno no Terminal de Integração da Caxangá e volta (agora no sentido subúrbio-cidade) à Av. Caxangá. Ele volta um trecho e "dobra" entrando na Av. Barão de Bonito que é a avenida de BRASILIT (você já está em Brasilit!). Aí você desce na terceira parada desta avenida, ou "parada da padaria", ou "parada da padaria Sempre Viva". Meu prédio fica no outro lado da rua, quase em frente a essa parada. É um prédio verde de três andares, de esquina, grades brancas. O nome do prédio é "Cidade de Detroit". Existem quatro acessos no prédio, o meu é o Acesso 4. O número do apartamento é 307. Aí é só interfonar.

Av. Barão de Bonito, 671, apt° 307, BRASILIT.

Mais uma informação: BRASILIT fica entre CDU e Várzea. É uma avenida paralela à avenida da Várzea (que não sei o nome) e à Avenida General Polidoro que é a de CDU onde tem a "Delicatessen Cidade Universitária" e o antigo "Bar Fon Fon". OK?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Crítica - Taxi Driver

Taxi Driver

Por Ricardo Marques

Edição: Amanda Ramos


Taxi Driver é uma daquelas obras essenciais. É já hoje um daqueles filmes seminais, repleto de imagens que se celebrizaram, fazendo já parte da cultura popular ocidental. Travis Bickle (Robert De Niro num dos seus melhores desempenhos) é um indivíduo perdido num mundo só seu, caminhando de obsessão em obsessão, em tentativas constantes para ter algum reconhecimento numa sociedade que o aliena. Uma espiral que se arrasta, adivinhando a ruptura que resulta num banho de violência e, na ironia suprema, de uma redenção final e sua heroificação.
Claramente inspirado na tradição do film noir, Taxi Driver é um filme dos anos 70 que, dificilmente, poderia ter sido feito noutra altura. Visualmente é perturbador, surrealista, intenso e tremendamente desafiante para o espectador. De certa forma, tudo no filme é noite, como que não havendo distinção entre noite e dia ou mesmo passagem do tempo. Para Travis tudo é noite e degradação, mesmo os momentos que ocorrem durante o dia acabam por ser episódicos.
Considerando o contexto em que foi produzido, é, antes de mais, um filme que se assume como de rompimento com a estética da clássica Hollywood. A geração de Scorsese apostava sobretudo em destacar-se da corrente, em deixar a sua assinatura na tela. A juntar a isso, viviam-se tempos de grande conflituosidade social. Conflitos sociais, crime e mesmo o assassinato de figuras políticas eram marcas desse clima de contestação.
Datado que esteja Taxi Driver visualmente, a verdade é que continua a ser um filme actual, mantendo um intenso diálogo com a actualidade. Mostrando talvez uma New York que já não existe, continua a mostrar uma América bem viva e actual. A violência genética que marca a vida americana está lá. O fetichismo surrealista e doentio em relação às armas também, reforçado pelo cameo (também casual) de Scorsese no táxi. Mostra-nos também uma violência urbana, psicológica, que nos toca pela imensa solidão que a reforça. Travis é tão ambivalente, misturando aspectos tão familiares e estranhos, que somos tentados pelo que representa. De certa forma, todos somos, por vezes, um Travis Bickle. Taxi dá-nos uma imagem de quotidiano que perturba, acabando por transmitir um forte sentimento de "rua", algo que poucos filmes conseguem transmitir, marca indelével do cinema de Scorsese. A rua é de facto assim: dura e ambígua. Ao misturar esse realismo puro com uma certa natureza fantástica acaba por ser um comentário sobre nós, sobre o sentimento humano e a forma como é moldado pela sociedade. Ao fim e ao cabo, a mesma sociedade que afasta pessoas como Travis, é aquela que, no final, o absolve e o eleva ao estatuto de herói redentor. A degradação moral da cidade americana será talvez a degradação moral do ocidente. Concorde-se ou não com o que Taxi nos apresenta, facto é que tudo no filme respira arte.
É um filme a ver ou a recordar, não só pelo que simboliza visualmente, mas também pela influência enorme que deixou em vários segmentos da cultura popular ou mesmo no trabalho de vários realizadores que se seguiram.

Retirado de: http://portalcinema.blogspot.com/2008/01/apresentao-critica-taxi-driver-1976-de.html
Saiba Mais:
Filme Noir: http://www.scoretrack.net/filmnoir.html

domingo, 17 de agosto de 2008

Próxima Exibição:

27 de agosto, quarta-feira
Quadra da FFPNM, às 19h30

Taxi Driver

O filme de Scorcese expõe uma Nova York podre, onde um motorista de táxi veterano do Vietnã entra cada vez mais fundo no poço de sua depressão. Por não conseguir dormir, ele resolve salvar o mundo nas horas vagas. Escolhe uma prostituta-mirim que não deseja ser libertada e assassina seu gigolô (o da menina, bem entendido) à sangue frio. Vira herói imediatamente. Onde mais um sujeito pode sair atirando por aí e tornar-se um modelo de moral? Na América, lógico, a terra das oportunidades.
Com Robert De Niro, Jodie Foster e Harvey Keitel no elenco.


Título Original: Taxi Driver
Direção: Martin Scorsese
Ano/Origem: 1976/EUA
Gênero: Drama
Duração: 114 min

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=bqLyTdcMLhc

Cineclube AZouganda: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=8660941

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Próxima Reunião: 16/08/08

Amanhã (16/08/08) haverá reunião ordinária do Cineclube AZouganda na casa de Nando a partir das 14h.

Maiores informações: 9950-0166 (Amanda) ou 8705-3346 (Nando)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Baile Perfumado

Primeira exibição do semestre!



Cinema Pernambucano: a gente se vê por aqui

Por Aluísio Gomes Jr.*


Peço licença à maior emissora do país para usar o slogan dela como título dessa resenha. Porque em 1996, quando o filme Baile Perfumado de Lírio Ferreira e Paulo Caldas foi lançado, a gente não se via nem por lá e nem por aqui entre nós.
Nessa época, Recife fervia ao som do movimento manguebeat. Mundo Livre e Chico Science & Nação Zumbi eram sucesso de crítica, aqui na terrinha e fora do país, o que inflava o orgulho do pernambucano. Baile Perfumado acompanhava esse movimento em (bela) imagem e som. A panorâmica do interior do estado tendo Sangue de Bairro da Nação Zumbi como trilha sonora é antológica. Combinação perfeita de música, ritmo de edição e fotografia. Na inocência dos meus 14 anos, me perguntava como poderia haver tanta água em uma terra dita tão seca.
Lírio Ferreira e Paulo Caldas mostraram com maestria essa terra seca. Partiram da tradição brasileira de filmes de temática do cangaço, O Cangaceiro de Lima Barreto sendo o principal exemplo, para uma modernização do estilo. Apesar de ser uma temática bastante abordada na cinematografia nacional, o sertão em Baile Perfumado possue uma nova visão, um olhar de um estrangeiro. Isso foi possível, pois os diretores retratam a história a partir da perspectiva do mascate libanês Benjamin Abrahão, o único a conseguir captar imagens de Virgulino Ferreira, o Lampião. O filme ainda conta com o uso inteligente dessas imagens durante a projeção. Se não fossem as filmagens de Abrahão é provável que Lampião figurasse na mente do público apenas como um mito, um Robin Hood do sertão.
A jornada de Benjamin Abrahão em busca do bando de cangaceiros mais famoso da nossa história pode ser vista como uma metáfora para a procura de uma identidade pernambucana na última década do século passado. Como o libanês, o filme Baile Perfumado comete alguns exageros, uma ânsia desmedida em passar aquilo que quer. Algo natural em um movimento que buscava uma transformação. Em nome disso havia uma condescendência e um apelo para uma "pernambucanidade", conceito um tanto incompreensível até hoje.
Graças à procura desta identidade, no entanto, abriu-se espaço para as artes em Pernambuco serem vistas cada vez mais pelos pernambucanos. A cada ano mais filmes são produzidos no estado e há mais festivais e cineclubes para exibi-los. Cineclubes que acabam de se reunir em torno de uma federação estadual. Até a maior emissora do país, abriu um espaço para os curtas-metragens estaduais (a meia-noite do domingo) para a gente se ver por lá. Ou nos vemos por Nazaré da Mata, Triunfo ou Coque.

* Jornalista pernambucano e colaborador do Cineclube AZouganda
Saiba mais:
Análise Fílmica de Baile Perfumado: http://www.mnemocine.com.br/cinema/crit/sarahbaile.htm
Lampião, uma viagem pelo cangaço: http://www2.uol.com.br/lampiao/
Entrevista: http://www.di.ufpe.br/~mundi/numero1/artes/entrevista.html
Direção: Paulo Caldas e Lírio Ferreira
Ano/Origem: 1996/Brasil
Gênero: Drama
Duração: 93 min

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Rádio Comunitária Alternativa FM

A partir de amanhã teremos as nossas exibições sendo divulgadas para toda a população de Nazaré da Mata através da Rádio Comunitária Alternativa FM, que é ligada a Associação das Mulheres de Nazaré da Mata.

Sobre a rádio: http://www.amunam.org.br/alternativa.htm
E vamo que vamo!

domingo, 3 de agosto de 2008

CARTA DE TRIUNFO DOS CINECLUBES PERNAMBUCANOS

CARTA DE TRIUNFO DOS CINECLUBES PERNAMBUCANOS
TRIUNFO, PE – 16 DE JULHO DE 2008

No período de 14 a 16 de julho de 2008, durante a realização do IENCONTRO DE CINECLUBES DE PERNAMBUCO, em Triunfo - promovido pelaFundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco/FUNDARPE,dentro da programação do Primeiro Festival de Cinema de Triunfo e nomarco das comemorações dos 80 anos do movimento cineclubistabrasileiro, com a presença de representantes de doze cineclubespernambucanos em atividade em 8 (oito) municípios do Estado,representantes do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros/CNC, daAssociação Brasileira de Documentarista/ABDN, ABD PE – AssociaçãoPernambucana de Cineastas/ABD – APECI, Programadora Brasil e MinCRegional Nordeste para debaterem propostas relacionadas ao movimentocineclubista, abaixo citadas:

1. Implementação de políticas públicas de fomento e fortalecimento daatividade cineclubista no estado de Pernambuco;

2. Criação de publicações referentes ao movimento cineclubista, comoartigos, críticas e material impresso de divulgação coletiva dasprogramações;

3. Estruturação de uma rede solidária entre os cineclubespernambucanos;

4. Fundação da Federação Pernambucana de Cineclubes/FPC.

Ao final dos 3 (três) dias de trabalhos e trocas de experiências emplenária especificamente convocada para este fim, foi elaborada eaprovada por unanimidade esta CARTA DE TRIUNFO DOS CINECLUBESPERNAMBUCANOS, que legitima e consolida a criação da FEDERAÇÂOPERNAMBUCANA DE CINECLUBES e a divulga a eleição de sua primeiradiretoria, composta por:

Presidente: Gê Carvalho – Cineclube Amoeda Digital

Vice-presidente: Cátia Oliveira – Cineclube ABD/APECI

Secretária geral: Ana Cláudia Vasconcelos – Cineclube Macaíba

Tesoureira: Taís Negromonte – Cineclube do Instituto Lula CardosoAyres

Diretora de Comunicação: Amanda Ramos - Cineclube AZouganda (Nazaré daMata)

Diretor de Regionalização: Charlon Cabral – Cineclube Galpão das Artes (Limoeiro)

Conselho Fiscal: José Lourenço – Cineclube Estrela de Ouro (Aliança), Otávio Portugal – Cineclube Reveses e Alex dos Santos – Cineclube Estação Cultural (Arcoverde)

Representante junto ao CNC – Zonda Bez

Além disso, aprovaram-se ainda as seguintes propostas:

1. Continuidade, manutenção, ampliação e fortalecimento das políticasde interiorização e de difusão cultural que vêm sendo desenvolvidaspela Fundarpe;

2. Criação e acompanhamento de novos cineclubes distribuídos nas 12regiões político-administrativas do Estado;

3. Inclusão de ações de fomento à atividade cineclubista no Edital doAudiovisual de Pernambuco;

4. Criação do Circuito Pernambucano de Cinema Nacional;

5. Criação de Acervo de produções do audiovisual pernambucano enacional;

6. Apoio integral e solidário à Campanha Pelos Direitos do Público ea outras iniciativas que vem sendo encabeçadas pelo CNC – ConselhoNacional de Cineclubes Brasileiros.

Finalmente, aprovaram as seguintes moções:

- Moções de agradecimento:

* ao Governo do Estado de Pernambuco, Governador Eduardo Campos;

* à FUNDARPE, Presidente Luciana Azevedo e a Coordenadora de Cinema,Vídeo e Fotografia, Carla Francine;

* Conselho Nacional de Cineclubes- CNC, secretário geral JoãoBaptista Pimentel Neto;

* MinC RRNE, Tarciana Portella;

* Programadora Brasil, Coordenador Frederico Cardoso;

* ABDN, presidente Solange Lima;

* ABD/APECI, presidente Cynthia Falcão;

* Fundação Joaquim Nabuco, Diretora de Cultura Isabela Cribari;

* ao jornalista, crítico de cinema e cineclubista AlexandreFigueirôa ;

* e à Prefeitura de Triunfo.Triunfo, PE, 16 de julho de 2008.


Triunfo, PE, 16 de julho de 2008.

Criação da Federação Pernambucana de Cineclubes


Em 21 de julho de 2008.

Nos três dias do evento, inserido na programação da 50ª Festa do Estudante, foram discutidas formas de se promover um circuito alternativo de exibição em todo o Estado


Alane Lira


Dentro da programação da 50ª Festa do Estudante, em Triunfo, o 1º Encontro de Cineclubes de Pernambuco chegou ao seu último dia, nessa quarta-feira, 16. O evento, promovido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), contou com a presença de representantes de 12 cineclubes de todo o Estado, que discutiram temas relacionados a um circuito alternativo de exibição de filmes.


No último encontro, o grupo, composto por cineclubistas do Recife, Nazaré da Mata, Aliança, Limoeiro entre outros, criou a Federação Pernambucana de Cineclubes, importante passo para articulações na área. Na ocasião, foram escolhidos membros da diretoria da entidade. Houve ainda a elaboração da Carta de Triunfo dos Cineclubes Pernambucanos, dirigida ao Governador Eduardo Campos.


Em um segundo momento, os presentes discutiram o conteúdo do estatuto que regerá a Federação. "Esse documento tem como base estatutos de cineclubes de todo o país, mas com inserções de propostas específicas para o Estado", comentou Gê Carvalho, presidente da Federação e representante do Amoeda Digital.


O evento contou ainda com a participação de Fred Cardoso, representante da Programadora Brasil (Sec. Audiovisual/MinC); João Baptista Pimentel Neto, secretário geral do Conselho Nacional de Cineclubes; Alexandre Figueirôa, crítico de cinema e professora da Unicap; e Cynthia Falcão, presidente da ABD-PE.

1º Encontro de Cineclubes de Pernambuco

Em 10 de julho de 2008.

O 1º Encontro de Cineclubes de Pernambuco será realizado dentro da Programação do 1º Festival de Cinema de Triunfo, no período de 12 a 16 de julho de 2008 na cidade de Triunfo, no Sertão do Pajeú.
Neste encontro serão debatidas propostas para a manutenção e o aperfeiçoamento dos cineclubes já existentes no Estado de Pernambuco. Abaixo, alguns tópicos a serem desenvolvidos através de reflexões baseadas nas necessidades comuns diante da construção de uma rede de exibição, formação e produção em audiovisual.

- Elaborar mecanismos de fomento à atividade cineclubista.
- Realizar publicações (artigos, divulgação coletiva da programação dos cineclubes).
- Estruturar um canal de interação entre os cineclubes pernambucanos
- Regulamentação e Estatuto
- Entidades Fomentadoras Organizadas – nacionais e internacionais – dos cineclubes.

Além disso, o Cineclube AZouganda juntamente com o Cineclube Amoeda (Recife) e o Cineclube Coco de Umbigada (Olinda) farão estudo de caso na parte II da oficina "A Estrutura de um Cineclube" onde serão trabalhados os seguintes pontos:

- Propostas cineclubistas adequadas à realidade da cidade: como montar e manter a programação;
- Como integrar a comunidade;
- Acervo, divulgação e circuito cineclubista na cidade e no Estado.
- Visionamento de curtas-metragens.

É isso aí, pessoal

Vamo que vamo.

A História Sem Fim


Em 28 de maio de 2008.


ÚLTIMA EXIBIÇÃO DO SEMESTRE:


29 de maio, quinta-feira

Quadra da FFPNM, às 19h30


A História Sem Fim - The Never Ending Story


Inspirado no best seller de Michael Ende, A História Sem Fim nos apresenta Bastian,um garoto sonhador que usa sua imaginação como único refúgio para os aborrecimentos que o atormentam e entristecem no dia a dia, como as provas de Matemática, brigas na escola e, especialmente, a recente perda de sua mãe. Seu pai o relembra constantemente da importância de manter os pés no chão, apesar das adversidades.

Apesar de ser uma fantasia destinada especialmente às crianças, os temas abordados passam longe de ser infantis: o mote central é a existência e a morte da imaginação. A História Sem Fim faz questão de nos lembrar que sem nossas fantasias e sonhos, a realidade nunca terá o mesmo brilho.


Título Original: The Never Ending Story

Direção: Wolfgang Petersen

Ano/Origem: 1984/EUA

Gênero: Aventura

Duração: 94min

Cineclube AZ na VIII Semana de História da FFPNM

Em 6 de maio de 2008.


Pelo segundo ano consecutivo o Cineclube AZouganda foi convidado a participar da Semana de História da FFPNM/UPE exibindo filmes abordando questões que serão discutidas no evento.
A VIII Semana de História da FFPNM terá como tema "História é literatura? Novas abordagens e perspectivas" e acontecerá de 13 a 16 de maio em Nazaré da Mata, PE.
No Centro Acadêmico de História serão exibidos, de 13 a 16 de maio, filmes com temática sobre drogas e com vagas limitadas (15 pessoas). Essas inscrições serão feitas juntamente com a inscrição no evento.

Filmes exibidos no CAHis:

- Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n'roll (Brasil, 2006)
- Cheech and Chong´s - Queimando Tudo (1978)
- Trainspotting - Sem Limites (Inglaterra, 1996)
- Réquiem para um sonho (EUA, 2000)

Lembrando que todas essas exibições contarão como hora extra dentro do evento.

Fora da programação da Semana de História, o Cineclube AZouganda seguirá suas datas de exibições normais e exibirá no dia 14 de maio o filme O Enigma de Kaspar Hauser que teve sua data adiada (era pra ter sido dia 29 de abril) por conta de desorganização da coordenação.

O Enigma de Kaspar Hauser


Exibição do dia 14 de maio de 2008.
Você é uma rã?

Por Rodrigo de Oliveira


O Enigma de Kaspar Hauser forma com Stroszek (1977) uma espécie de documentário em duas partes da tentativa de Werner Herzog entender (para eventualmente absorver) a figura singular de Bruno S., seu protagonista. A fonte para o filme de 1974 é um fato real acontecido na Alemanha de 1820, que entrou para a História como paradigma sociológico da aculturação. Que esse acontecimento tenha tornado o Kaspar Hauser original um marco não significa, no entanto, que ele seja uma exceção. Sua existência tão pronunciada é o que mais assegura que outros como ele sempre estiveram por aí. Não exatamente trancafiados por mais de trinta anos, não propriamente ignorantes da existência de uma humanidade, não necessariamente grandes bebês que não sabem andar, falar ou comer decentemente. O que interessa à Herzog não é a mitologia criada em torno de Kaspar Hauser, mas ao contrário, aquilo que ele tem de mais relacionável, que diferenciava sua experiência de uma mera adaptação ao mundo para uma aproximação frontal e direta da mecânica que rege uma vida que não era a vida de antes.
Herzog conta que a postura de Bruno S. nas gravações era sempre a de alguém que desconfia de todo aquele circo, não só o circo do cinema, mas o circo da própria existência humana na coletividade. Daí que a opção de Herzog por Bruno S. talvez tenha se devido muito pouco à seu passado enclausurado e as complicações vindas dele, e muito mais àquilo que se exibia diante do diretor numa rua alemã qualquer (e que se exibe diante dos espectadores nas duas obras-primas que protagoniza), essa sensação incomum de estar frente à algo tão reconhecível quanto tão completamente estranho e misterioso.
Homem, como nós, com pernas, nariz, olhos, que depende da respiração para viver, que precisa se alimentar regularmente – mas ainda assim, que homem é esse? E se a aparência é idêntica, mas todo o resto nega a proximidade, será que ainda é homem? É na relação com as três grandes áreas da experiência humana (religião, lógica e ciência) que Herzog mostra a fragilidade de suas verdades quando postas à prova diante de alguém que não foi educado para aceitá-las como tal. Somente uma quarta área, livre da obrigação doutrinária, com menos mandamentos e mais afetividades, terreno privilegiado do instinto e do inconsciente, poderá receber Kaspar com a inteireza que ele merece.
Só é possível sonhar a partir do testemunho da existência mundana, mas uma vez testemunhada, podemos embarcar numa viagem sem limites por aquilo que nossa vontade de experiência desejar – e talvez seja esse o grande elo entre Werner Herzog e Bruno S., esta mesma disposição de experimentar a vida sempre de peito aberto.

Saiba mais:

Uma Abordagem Psicossocial: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103 65642001000200007&script=sci_arttext

Leitura Semiótica de "O Enigma de Kaspar Hauser": www.alb.com.br/anais16/sem05pdf/sm05ss04_09.pdf
Título Original: Jeder für Sich und Gott Gegen Alle
Direção: Werner Herzog
Ano/Origem: 1974/Alemanha
Gênero: Drama